Capítulo 13
Os olhos azuis se abriram após um longo suspiro e espreguiçou-se antes de olhar em volta notando o quarto de Addison, seus olhos buscaram pelo relógio de cabeceira vendo que já era oito da manhã e levantou-se ainda um pouco sonolenta.
Seus olhos passaram pela cama vendo sua calcinha sobre o divã e a pegou, vestindo-a, foi até o banheiro jogar um pouco de água no rosto, usou um pouco de enchaguante bucal que encontrou e prendeu os cabelos em um coque frouxo, então saiu do quarto.
Ao chegar na sala caminhou até o sofá aonde sentou-se para calçar os sapatos, não fazia ideia de onde Addison estava, mas precisava ir embora, nem mesmo deveria ter ficado pra dormir, mas o cansaço havia falado mais alto.
— Claro, nos nos falamos mais tarde, tenha um bom dia — A voz da ruiva ecoou por seus ouvidos e logo ela apareceu em seu campo de visão desligando o celular com uma caneca de café nas mãos.
Meredith a analisou de cima a baixo vendo-a com um vestido social negro sem mangas, pés descalços e os cabelos parcialmente presos, com um cinto marrom fino na cintura, os olhos esfumados de marrom e os lábios finos pintados por um lápis de boca da mesma cor.
— Eu já ia subir pra te ver e dizer que você poderia ficar a vontade e que poderia dormir mais um pouco se quisesse — Sorriu aproximando-se e lhe entregou a caneca inclinando-se para beijá-la com um casto beijo, Meredith sorriu levemente.
— Obrigada — Tomou um gole do café — E eu já deveria ter ido, a Lexie deve ta me esperando, não pensei que tava tão cansada até cair na sua cama — Bebeu um pouco mais do café vendo-a caminhar até a poltrona, sentando-se e colocar os scarpins, logo a mala pequena não muito atrás da ruiva lhe chamou atenção.
— Quer comer alguma coisa? Eu posso preparar.
— Não, você vai viajar?
— Sim — Revirou os olhos e bufou — Preciso ir até Nova York resolver umas coisas da sede de lá, mas devo estar de volta na quarta ou na terça a noite, nós podemos jantar em algum lugar ou em casa mesmo — Disse olhando-a e vendo-a afirmar.
— Okay — Bebeu mais do café — Ta tudo bem?
— Ta, é só assuntos burocráticos que o meu gerente não ta podendo resolver sozinho, eu deveria demiti-lo, todo mês é a mesma coisa — Bufou — Mas dessa vez eu não posso culpá-lo, bom... Eu acho que não — Levantou-se.
— E quem vai cuidar da empresa nesses dois dias?
— O Mark — Escutou o som da porta sendo aberta — E por falar no diabo.
— Eu sou o anjo, o diabo é você, minha querida satã — O homem disse sem aparecer no campo de vista das duas — Ta falando com quem? Ah, oi — Sorriu de canto de modo cafajeste.
— Pode ir parando, Sloan — Addison disse pegando o blazer e o vestindo, então abriu a bolsa jogando o celular dentro.
— Eu só estou sendo educado.
— E eu nasci ontem — Ironizou — Acha mesmo que eu não conheço esse sorrisinho? Meredith, esse é o Mark, Mark, Meredith — Apresentou.
— Muito prazer, Mark.
— O prazer é meu.
— Eu tenho que ir — Meredith disse levantando e pegando a bolsa após deixar a caneca na mesa de centro.
— Eu levo até a porta — A ruiva disse enquanto Mark se jogava no sofá.
— Até mais, Mark.
— Até mais — As duas caminharam até a porta e Addison a abriu encarando-a a loira.
— Nos falamos depois?
— Assim que eu desocupar.
— Okay — Murmurou e a viu se aproximar beijando-a nos lábios com lentidão, sugando sua língua lentamente e com desejo.
O beijo durou poucos minutos e só foi finalizado por causa da falta de ar, Addison deu alguns selinhos na loira enquanto a apertava na cintura e então a soltou.
— Tchau — Meredith disse saindo.
— Tchau — Sussurrou sorrindo enquanto a abservava seguir para o carro e logo dar a partida.
— E a loira definitivamente fez você cair aos encantos de uma mulher — A voz de Mark lhe fez revirar os olhos e fechar a porta voltando para perto dele — Pena que o trabalho não vai te deixar aproveitar o dia.
— Nem me lembre disso.
[...]
Meredith abriu a porta do apartamento vendo a irmã mexendo no fogão e aproximou-se após fechar a porta e deixar as coisas no lugar.
— O que faz acordada a essa hora?
— Bom dia — Disse sorrindo abertamente — Eu perdi o sono, fiz bacon com ovos e torradas, quer?
— Quero, sai da casa da Addison rápido e só bebi café porque ela me esperava com uma caneca quando acordei — Sentou em frente ao balcão — Desculpa não ter voltado ontem, acabei dormindo.
— Ta tudo bem, eu dormi logo, a Cristina disse que quer saber da sua noite.
— Lá pras' duas da tarde ela aparece aqui — Deu de ombros servindo-se com o café que foi posto em sua frente junto a caneca.
— E quando eu vou conhecer a tal Addison? — Perguntou colocando o prato na frente da irmã enquanto tomava um gole de café com leite.
— Talvez na quinta ou no final de semana, ela iria pegar um vôo pra Nova York agora pela manhã, assuntos de trabalho.
— E como foi a noite? — Perguntou com um sorriso malicioso.
— Eu não vou falar sobre isso com você.
— Meredith, eu tenho quase vinte e três anos e já transei muito nessa vida, não tem nada que possa me surpreender.
— Eu não preciso saber quão depravada você é — A morena sorriu e pegou um bacon do prato.
— Só estou dizendo que isso é normal, você sabe, o negócio do sexo.
— Prefiro continuar sem comentar sobre isso com você, por que não me conta como foram os últimos meses ao invés disso? — Mudou de assuntou vendo-a revirar os olhos.
[...]
Cristina estava jogada no sofá do próprio apartamento quando Meredith entrou e jogou-se ao seu lado.
— Cadê a Teddy?
— No quarto e a Lexie?
— No banho — Disse e encarou a televisão por alguns segundos — Teddy!
— Que foi?
— Vem aqui, assunto importante.
— O mundo ta acabando por acaso e eu não tinha me dado conta? — Perguntou ao chegar na sala.
— A Addison fez um oral em mim ontem a noite — Disse de uma vez pra não perder a coragem.
Cristina e Teddy ficaram boquiabertas, encararam-se enquanto a loira sentava de vez na poltrona.
— E-e como foi? Você gostou? — A loira de olhos verdes perguntou.
— A princípio não... O Derek já havia feito outras vezes e eu fingi o orgasmo, mas com ela, eu... Eu realmente gozei e foi o orgasmo mais intenso da minha vida, sem exagero nenhum e eu gozei três vezes.
— E como vocês chegaram a isso, Meredith? — Cristina perguntou ainda incrédula.
— Eu sai com a Bizzy, depois peguei a Lexie no aeroporto e então fui pra casa dela depois de deixar a Lexie aqui, como tinhamos combinado, lá na casa dela, ela me mostrou os cômodos e... E eu acabei entrando no banheiro vendo ela nua sem querer.
— Ela te puxou pra dentro do Box? — Cristina voltou a perguntar.
— Não, pedi desculpa por ter aparecido de uma vez, eu sai antes dela notar que eu tivesse me visto com cara de idiota vendo aquele corpo incrível sendo lavado, depois do banho dela, ela insistiu em fazer o jantar, então descemos e ela preparou tudo, jantarmos, rimos, tocamos beijos e conversamos como temos feito desde que tudo começou, então a gente começou a se beijar no sofá, a coisa esquentou, então ela me chamou pra ir para o quarto, disse que não precisávamos fazer nada, ou melhor, que eu não precisava retribuir e eu estava quente, só queria ir, então fomos, então ela me colocou sentada na cama e ajoelhou diante de mim, me mandou deitar e eu fiquei lá, pensando em como eu seria frustrada, mas quando ela começou a me beijar e a me chupar, eu juro que vi estrelas e eu não pude controlar, os gemidos e o meu corpo que eu pensei que não voltaria a funcionar, ela continou a me chupar e quando eu vi o segundo orgasmo veio e então o terceiro, a língua daquela mulher é de outro mundo, sério.
— Uau — Teddy murmurou.
— E depois?
— Ela deitou do meu lado e nos cobriu, disse pra eu descansar e eu acabei pegando no sono, a gente tinha bebido um monte de vinho, mesmo ainda tando' conscientes e depois daqueles orgasmos, eu não ia conseguir mesmo vir pra casa, principalmente pela semana corrida.
— Ela veio com você? — Teddy perguntou — Ou vai vim mais tarde conhecer a cunhada?
— Ela teve que ir pra Nova York, ligaram pra ela por casa da sede filial de lá, mas ela disse que me ligaria quando conseguisse desocupar.
— Acho que agora você deveria deixar ela usar e abusar de você, ela já te chupou mesmo.
— Você é tão delicada, Cristina.
— Pelo amor de Deus, ôh madre Teresa, a mulher te chupou igual um vampiro em busca de sangue e você quer que eu use termos clínicos pra dizer, Meredith deixe ela fuder sua buceta até ela ficar mole de tanto gozar, ah faça-me o favor — Teddy riu da namorada.
— Não liga pra ela, Mer, mas em certo ponto a Cristina tem razão, você já chegou até aqui, por que não provar tudo o que ela pode te oferecer?
— E se for igual ao Derek no final?
— Melhor tirar a prova testando a teoria na prática, do que perder uma chance incrível apenas por medo, eu sei que ainda é difícil essa questão, mas pode ser diferente dessa vez e se não for, Cristina e eu estaremos aqui, assim como estivemos meses atrás e como sempre estaremos.
— Obrigada.
— Não tem que agradecer, sabe disso — Respondeu sorrindo.
— Além de tudo você me deve um vestido de madrinha.
— Pelo amor de Deus mulher — Disse e Teddy riu de sua indignação.
[...]
— Oi — A voz rouca ecoou tranquila do outro lado da linha, já se passava dás dez da noite.
— Oi.
— O que aconteceu? Que voz desanimada.
— Eu estava dormindo — Explicou virando-se na cama e abraçando o travesseiro.
— Oh, eu não queria te acordar, desculpa.
— Não, eu não estou dizendo nesse exato momento, as meninas e eu estávamos assistindo filme e eu acabei dormindo, ai quando acordei, vim para o quarto e vi que o celular estava tocando.
— Ah e como foi seu dia? Saiu com a sua irmã? — Perguntou e a loira escutou o som de folhas passando.
— Foi bom, resolvemos comer besteiras e assistir filmes o dia todo, ela não quis sair, disse que terá tempo em outros dias e que hoje e amanhã, preferia ficar largada no sofá, o que eu achei ótimo — A ruiva riu nasalado.
— Muito inteligente da parte dela, eu estaria fazendo o mesmo se pudesse.
— E o seu dia? Conseguiu resolver as coisas que tinha pra resolver?
— Não, na verdade não — Suspirou — Eu tive uma reunião com o financeiro, com o editorial e demiti três funcionários, pois o incompetente do meu encarregado não contratou pessoas qualificadas para o cargo e ainda uma era a amante dele, então coloquei os dois pra rua, na segunda eu vou colocar outra pessoa no lugar dele, no momento estou analisando os currículos e tempo de trabalho de cada um aqui na revista.
— E você já comeu?
— Sim, eu estou no apartamento, a minha governanta fez o jantar quando soube que eu estava vindo pra cá, eu já tomei banho, já jantei e agora estou no escritório de casa trabalhando, mas tudo que quero é dormir.
— E por que não vai? Você pode cuidar disso amanhã quando acordar.
— Sim, você tem razão — Suspirou profundamente e Meredith escutou o mover da cadeira — E então...
— Então o que?
— O que vão assistir amanhã?
— Eu queria assistir os clássicos, mas a Lexie e a Teddy votaram por comédia romântica, e a Cristina por terror, o que não é novidade, ela sempre escolhe esse.
— E qual clássico você escolheu dessa vez? — Perguntou jogando-se na cama.
— Eu estava em dúvida entre em família Addams e King Kong, adoro o primeiro que foi lançado.
— Podemos assistir os dois quando eu voltar — A loira sorriu.
— Mesmo?
— Sim e eu te deixo escolher mais um.
— Ta bem — Disse animada.
[...]
— E foi isso — Meredith contou sobre o dia detalhadamente, Addison bocejou do ajeitando-se na cama — Te deixei entediada, não foi?
— Não, é só o cansaço do dia finalmente chegando.
— Deveria ir dormir ao invés de ficar conversando comigo.
— Eu gosto de conversar com você — A loira fez um som de incredulidade — É sério, você é uma das poucas mulheres a qual consigo ter uma conversa que não envolva sexo, não que eu não queira falar sobre ou fazer sexo com você, eu quero, mas é bom saber que podemos conversar sobre assuntos não sexuais.
— Bom saber.
— A gente deveria transar pelo celular — Disse fazendo a loira rir.
— Não, isso ta fora de questão.
— Ah qual é? Eu tenho que ser uma boa namorada e te dar experiências sexuais assim como ontem...
— Não vai me fazer mudar de ideia.
— Okay... — Bufou então ficaram em silêncio — Ainda sinto o seu gosto — Disse tranquilamente — E não vejo a hora de te provar de novo — Murmurou e encarou a janela vendo-a aberta, então levantou seguindo até ela — Meredith? Ainda está ai? — Perguntou minutos depois.
— Sim, eu... Desculpa.
— Pelo o que?
— Por não saber o que dizer.
— Você não precisa se desculpar, não vou esperar que você me retribua sempre — Disse observando a cidade — Não quero que se sinta pressionada.
— Foi... A primeira vez.
— Que recebeu um oral?
— Não — Riu brevemente — Que correspondi verdadeiramente a ele.
— Oh... Nossa — Disse fechando a cortina — E... Fingiu pra ele em outras posições também? — Perguntou interessada.
— Precisamos mesmo falar disso por telefone?
— Não, eu posso esperar pra perguntar pessoalmente — Sorriu deitando-se novamente.
— Você é impossível.
— Por onde quer me responder, Grey?
— Ta, eu fingi em outras posições também — Disse por fim — E eu não vou te falar quais.
— Ta bem, eu descubro depois.
— Vai dormir — Reclamou fazendo-a rir.
— Eu realmente vou, preciso estar de pé cedo — Disse encarando o relógio — Nos falamos amanhã, boa noite.
— Boa noite — Respondeu tranquilamente, Addison sorriu desligando o celular e o deixou na mesa de cabeceira, desligou o abajur e se ajeitou no meio da cama entregando-se ao sono.
[...]
— Eu vim dormir com você — Lexie disse abrindo a porta do quarto.
— Ta bem.
— Por que ta sorrindo tanto?
— Tava falando com a Addison — Sorriu um pouco mais vendo-a deitar ao seu lado e apoiar a cabeça na mão.
— Você parece mais feliz com ela.
— A Addison me faz bem — Disse ajeitando-se no travesseiro — E não somos tão diferentes como pensei no início.
— Ela parece a namorada perfeita.
— É — Disse rindo — Mas adora me contrariar e eu acho que é isso o que eu mais gosto dela, ela não finge nada, é espontânea demais pra isso.
— A Cristina fez tanta propaganda dela que eu não vejo a hora de conhecê-la — Meredith riu.
— A Cristina gosta dela, pois a Addison é igualzinha e da todo o ibop que a Cristina adora, você sabe como a Cristina é, quase não vai com a cara de ninguém.
— Por isso mesmo que quero tanto conhecer a Addison, se ela conquistou a Cristina, ela é um mulherão encantadora de amigas super protatoras— Meredith riu um pouco mais.
— Vamos dormir, Alexandra Grey — Disse apertando-a no nariz e apagando o abajur.
— Sério mesmo que a gente tem que dormir agora?
— Sim, ou você vai perguntar coisas demais, assim como fez quando eu cheguei essa manhã.
— E você pode me julgar? Você saiu determinada a não demorar, deve ter sido noite e tanto.
— Mais ou menos — A luz se acendeu e logo Meredith notou que a irmã quem a havia acendido.
— Ta, o que você não ta me contando? — Meredith mordeu o lábio — Sabe que pode me contar qualquer coisa.
— Eu sei, só que isso é novo, sabe? Namorar uma mulher.
— Eu não vou te julgar por isso, Mer, muito menos envolver a religião nisso, como mamãe fez tantas vezes a um tempo atrás, passei horas pesquisando sobre a bíblia e descobri que tudo isso relacionado a cristãos homofóbicos não passa de uma leitura errônea da bíblia — Revirou os olhos — Quando Deus manda ler e estudar a bíblia eles leem e interpretam errado, tão errado que condenam o homoafeto sem notar que quando Deus diz que não se deitaras com homem como se fosse muher, se refere ao termo reprodutivo e a na linguagem original, a hebraica, não é homem e sim macho e fêmea — Desatou a falar — Mais vai, me conta.
— Addison e eu nunca... Você sabe... Transamos, ontem foi o mais longe que chegamos.
— E ela te incentivou a aceitar?
— Não, na verdade ela tem sido muito paciente comigo, tem esperado o meu tempo e por mais que tenhamos nos provocado antes, ela tem paciência, eu nem sei se no lugar dela, eu teria tanta paciência, eu só... Fico meio insegura.
— Acho que deveria deixar ela te guiar, sabe? Deixar rolar, ela certamente vai te ensinar o que você precisa saber.
— Sim, provavelmente isso aconteça, só não quero meter os pés pelas mãos e fazer algo constrangedor — Suspirou — Okay, já descobriu o que queria, agora vamos dormir.
— Ta — Revirou os olhos e apagou a luz deitando-se junto a ela.
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