Capítulo 2
Semanas depois...
— Ta, quais flores você quer? — Cristina perguntou enquanto estava sentada em frente a amiga devorando um misto quente.
— Rosa vermelhas e acredita um lírio branco... Não, que tal pêoneas? Estamos na época das pêoneas?
— Eu lá tenho cara de florista, Meredith? — Teddy que bebia seu café colocou a mão na frente da boca pra não cuspir e Meredith revirou os olhos.
Estavam tomando café em uma cafeteria próxima ao apartamento delas, ambas moravam no mesmo prédio e uma de frente para a outra, então quase todas as manhãs tomavam café juntas, ou em um dos apartamentos, ou na cafeteria que adoravam ir.
— Você é tão delicada, como você namora com ela?
— Ela gosta do nosso sexo selvagem.
— Eu preciso de sexo selvagem também — Disse emburrada.
— Pensei que o que você diz que faz contava.
— Eu nem sei porque ainda sou sua amiga.
— Não liga pra ela, Meredith e ela tem sim seus momentos como uma namorada boa e carinhosa.
— Garota olha o que você diz, eu sou boa o tempo inteiro — A repreendeu e encarou a amiga — Ta, diz logo quais flores.
— Não quero mais saber de flores, eu quero sexo.
— Existe uma coisa chamada vibrador, Meredith, você deveria testar ou arrumar alguém pra transar.
— Sabe que eu preciso de mais afeto do que tesão, eu não consigo transar com quem acabei de conhecer e isso ta acabando com a minha vida — Bufou — Isso é terrivelmente terrível, pois a única pessoa que é perfeita pra mim, que me faz a mulher mais feliz e realizada pessoal e sexual não existe.
[...]
As fotos foram jogadas sobre a mesa com fúria fazendo os olhos verdes as analisarem e erguerem-se para o homem a sua frente quase explodindo de ódio.
— Mais uma — Esbravejou — Mais uma de suas amantes e eu já estou cansado de chamar a sua atenção ou de pagar a esses urubus sensacionalistas, por cada mulher que veem com você, cansado, Addison!
— Isso não afeta em nada o meu trabalho nessa revista.
— Não?! Sabe como esses seus casinhos podem arruinar a imagem da família e dessa revista?
— Pai, isso não vai sujar o nome ou a imagem da revista ou da família, o que quer? Que eu vire freira?
— Seria um pecado se eu quisesse, não restaria uma nesse convento — Disse cansado e irritado — É a última vez que digo, Addison ou você para com essa sua vida de mulheres, ou eu te tiro da presidência da revista, eu não vou esperar que nossa reputação esteja na lama para que você tente tomar um pouco de juízo.
— E o que quer que eu faça? Tire um ano sabático de sexo? Me isole do mundo?
— Se isso for evitar o caos, sim, é exatamente isso o que quero, ou então sossegue com apenas uma, eu não gastarei mais tostão para que suas fotos não saíam na primeira capa e no seu primeiro deslize, pode dar adeus a essa cadeira — Disse e virou saindo da sala batendo a porta.
A ruiva bufou encostando-se na cadeira e encarou as fotos fazendo uma careta.
— Esse nem é o meu melhor ângulo — Disse revirando os olhos e jogou as fotos dentro da gaveta, as colocaria no triturador de lixo depois.
[...]
— Stephanie, pode atender o telefone pra mim, se ele tocar, por favor, eu preciso ir até lá embaixo pegar algumas pastas na sala da Roxie.
— Claro.
— Obrigada, se for muito importante, basta chamar no meu celular que eu venho mais rápido.
— Sem problemas — A loira sorriu em agradecimento e pegou algumas pastas que deveria deixar pelo caminho, então seguiu para o elevador.
Assim que entrou apertou o botão do térreo, eram dez andares até lá, o que foi seguida de algumas paradas, para a entrada e saída de funcionários.
Meredith precisou parar em dois para deixar as pastas, então seguiu para o térreo, saiu do elevador calmamente e atravessou o hall em direção a sala de Roxie Bennett, diretora do setor de empréstimo.
Ao chegar na sala bateu na porta e escutou a autorização para entrar, então a abriu e sorriu para a mulher mediana de cabelos castanhos curtos, óculos de graus de armação quase arredondada e fofinha.
— Bom dia Rox.
— Bom dia Mer, ainda bem que você chegou para salvar o meu dia — Disse levantando fazendo a loira rir.
Meredith adorava a mulher, Roxie estava sempre de muito bom humor e era uma das melhores pessoas da empresa e a loira conhecia absolutamente todos ali, por sempre estar em cada setor ajudando a todos.
— Eu vou tentar, no que eu posso te ajudar hoje?
— Eu estou com um senhor que está querendo um empréstimo de vinte mil — Disse mexendo nas pastas atrás de sua mesa, haviam tantas pastas que a cabeça de Meredith girava só por olha-las.
Esse era um dos movimentos ao qual ela não fazia tanta questão de uma promoção, a responsabilidade dobrada, gostava de ajudar a todos, mas ter que ficar responsável por todos, era algo que não estava tão afim.
— Nossa, é bastante dinheiro.
— Eu sei e eu não sei se posso liberar, eu estou com tantos trabalhos que não tive tempo de buscar a ficha dele, por isso acionei o botão salvadora e te liguei — Meredith riu — Achei — Disse pegando a pasta e lhe estendendo, Meredith abriu a pasta olhando-a — Pode me ajudar com isso?
— Claro, eu te entrego no final do dia.
— É por isso que você é a mulher da minha vida — A loira sorriu negando, amava o jeito espontânea da mulher.
— Mais alguma coisa que eu possa te ajudar?
— Eu não quero te encher de afazeres, você certamente já tem bastante.
— Na verdade não, acabei levando alguns da semana pra casa e estou livre.
— Okay, eu não vou fingir que não quero ajuda, esse outro cliente quer um empréstimo de cinquenta mil, eu estou receosa quanto a isso.
— Eles tão animados com os pedidos — Exclamou pegando a pasta e analisando-a.
— Sempre estão, mas nunca estão dispostos a pagar ao banco depois.
— Isso é verdade — Disse sorrindo — Eu trago tudo no final do dia.
— Tudo bem, não tenha pressa e muito obrigada.
— De nada — Piscou e seguiu para a porta saindo da sala, caminhou em direção ao elevador até estancar no lugar.
— Oi, eu gostaria de falar com Derek Shepherd, da parte de Addison Montgomery — A voz levemente rouca disse e a loira encarou a figura alta, ruiva e belíssima.
Ao se sentir observada, Addison encarou a loira prendendo-a em seu olhar, Meredith virou-se rapidamente e caminhou para o elevador com o coração acelerado enquanto chamava Cristina.
— Al...
— Ela existe — Disse sem deixa-la terminar.
— Ela quem?
— Addison, ela existe e está aqui na empresa — Disse quase sussurrando — Eu estou ferrada — Colocou a mãona testa.
— Mentira! Conta isso direito.
— O que quer que eu diga? Ela simplesmente existe e está aqui.
— É bonita?
— Desenhada por deuses e eu nem sou lésbica.
— Tecnicamente você é porque você namora com a Addison não tão imaginária assim.
— Eu sei que mentiras não podem sem mantidas, mais puta que pariu, eu nem tive tempo de curtir o sabor da minha.
— Você é muito ferrada na vinda, um banho de sal grosso talvez ajude.
— Isso não é hora pra brincar, Cristina, o que eu faço?
— Conversa com ela.
— E o que eu vou dizer? Oi, eu sou Meredith Grey e a vários dias estou fingindo que namoramos por causa do meu ex-noivo babaca que me trocou por uma garota rica, por favor, faça parte da minha mentira? Eu não posso falar isso, principalmente porque até a cinco minutos atrás ela realmente era imaginária — Entrou no elevador escondendo o rosto na mão — Merda de vida caralhenta — Um riso baixo lhe fez abaixar a mão, o cheiro bom de lavanda tomou seus sentimentos e seus olhos seguiram para a figura do outro lado do elevador que já estava com as portas fechadas.
— Desculpe, eu não consegui não rir.
— Que voz gostosa, de quem é?
— Addison — Murmurou automaticamente vendo a sobrancelha da ruiva se erguer.
— Puta merda, não desliga, eu quero escutar essa novela.
— Eu tenho que desligar — Disse finalizando a chamada.
— Sabe meu nome.
— É, eu sei, eu... Eu te escutei dizendo na recepção.
— É uma audiência muito boa — Sorriu — Então o seu ex-noivo é um babaca que te trocou por uma garota rica.
— Não é educado ficar ouvindo conversas alheias.
— Eu sinto muito por minha falta de educação, mas foi impossível não ouvir, eu estava logo atrás de você, Meredith Grey — Disse divertida apoiando-se na parede e cruzando os braços — Então, qual é a sua mentira?
— Você — Disse sem pensar — Droga, eu preciso aprender a segurar minha língua quando estou nervosa — Disse para si mesma e a ruiva sorriu analisando-a, mas logo ficou séria pra ela não notar.
— Explique-me, por favor, o que eu faço no meio da sua mentira.
— Tem o ex-noivo babaca e uma mentirinha inocente, a qual eu disse que estava bem com o término repentino e que estava namorando, uma Addison Montgomery.
— Então namoramos?
— Eu namorava outra Addison e eu não sou lésbica — Explicou-se.
— Claro que não.
— Eu não sou, só achei que ele pensando que eu estava com uma mulher, doeria mais, principalmente por achar que estava antes da gente terminar, Derek tem um ego frágil, ser trocado por uma mulher dói mais do que um chute nas bolas — A ruiva deu um breve riso.
— E como meu nome entrou nisso? — Estava verdadeiramente curiosa.
— Foi o primeiro nome que me veio a mente e vi o sobrenome na capa da revista, então juntei os dois e eu não preciso ficar me explicando pra você — Disse e as portas se abriram.
— Bom dia.
— Bom dia Nick — Meredith respondeu mais tranquila por não estar sozinha com a ruiva.
— Bom dia.
— Mer, você pode dar uma olhada nisso, por favor, eu não sei se os valores estão de fato batendo ou se me perdi no meio do processo — Abriu a pasta mostrando pra loira que analisou.
— Esse aqui está errado, você tem que pegar esse decimal, somar junto ao valor original e subtrair junto ao valor pedido, precisa de lembrar que os empréstimos sempre são pagos com o dobro do valor pedido — Explicou calmamente sob o olhar atento da ruiva.
— Certo, obrigado por me ajudar de novo — A loira sorriu.
— Logo você aprende, ainda é novo aqui.
— Eu espero que sim, obrigado de novo — Recebeu uma piscada e saiu do elevador.
— Eu poderia te processar por usar o meu nome — Addison disse baixo próximo a orelha da loira já que mais duas pessoas entraram no elevador — E esse perfume é ótimo.
— Eu posso pisar bem forte no seu pé, sabia disso? — Respondeu no mesmo tom.
— Olhe pelo lado, bom, eu não sou um homem respirando em seu pescoço — Meredith segurou o sorriso e a olhou seriamente sobre o ombro, então saiu do elevador caminhando para sua mesa enquanto Addison saia em seguida.
Derek já esperava a ruiva do lado de fora da sala, os dois entraram na sala e Meredith encarou a porta fechada da sala antes de começar a olhar as pastas, agradeceu aos céus por Stephanie não estar na mesa, não queria lhe dizer quem a ruiva era.
[...]
Os olhos verdes observaram a sala detalhadamente, móveis escuros, persianas brancas fechadas cobrindo a janela de vidro que dava para as mesas dos funcionários, uma grande cadeira de couro do outro lado da mesa, em frente a janela de vidro que dava para a cidade, um sofá de três lugares e duas poltronas com uma mesa de centro e tapete bege.
— Sente-se, por favor — Apontou para as duas cadeiras menores de couro negro em frente a mesa.
Addison sentou-se e o observou tomar o lugar na cadeira a frente, tudo naquele homem parecia exagerado e não era em um bom sentido.
— Deseja beber algo, água, café?
— Não, eu estou bem, vim para uma rápida visita de negócios.
— Claro, sou todo ouvidos — Sorriu, Addison cruzou as pernas ajustando a postura, fazendo o homem lhe olhar com cobiça, coisa que quase a fez revirar os olhos.
— Como sabe a Montgomery é uma revista para quem está no ramo dos negócios, mostramos o corporativo das empresas as quais entrevistamos e como meu tio já deve ter lhe dito, a West consulting and loans sairá na próxima edição, como chefe de setor, você passa as informações para o entrevistador, que estará cobrindo a matéria, visando apenas a excelência do ramo e do trabalho, assim como principais desafios.
— Pensei que seria a senhorita quem estaria fazendo as entrevistas.
— É para isso que pago mais de cinquenta jornalistas, senhor Shepherd, para não precisar deixar a administração da minha empresa nas mãos de terceiros.
— Claro — Respondeu sem graça.
— Quem estará a frente da entrevista desse setor, será meu jornalista chefe, Mark Sloan, ele falará com os funcionários e com o senhor, um fotógrafo designado estará junto a ele e tomará algumas fotos suas durante e após a entrevista.
— Certo, estou empolgadíssimo com essa entrevista — Abriu um largo sorriso enquanto a ruiva o forçou.
— Acredito que sim, finalizando, qualquer dúvida que tiver serão sanadas no dia da entrevista que será na próxima quarta, às duas da tarde.
— Não poderia falar diretamente com você? — Perguntou vendo-a levantar.
— Claro — Disse vendo-o sorrindo — Diga a Rose para me ligar e eu posso tirar as suas dúvidas, aliás, parabéns pelo casamento, foi uma pena não ter podido comparecer — Disse fazendo o sorriso dele sumir e o viu arrumar a gravata — Tenha um bom dia senhor Shepherd — Sua voz tinha quase um tom de satisfação ao vê-lo perder a postura de galã.
Então saiu da sala, seus olhos encontraram a loira que estava concentrada no trabalho mordendo a ponta do lápis a quatro mesas da porta, então seguiu para o elevador, apertou o botão e as portas se abriram, por ele estar no andar, então entrou saindo dali.
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