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Capítulo 14
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Jane respirou fundo parando de correr e apoiou as mãos nos joelhos respirando fundo, puxou um bocado de ar, voltando a correr novamente.
A noite estava quente, não diferente dos dias ou noites de Boston, havia um pouco de vento, o que ajudava para que não o calor não fosse insuportável, ao chegar em seu prédio subiu os degraus, em poucos minutos adentrou seu apartamento distraída e virou assustando-se ao ver a loira sentada no sofá.
— Como entrou aqui?
— Sua mãe me emprestou a chave, já que você lhe devolveu — Disse tranquilamente.
— Precisa de alguma coisa? As coisas que você deixou aqui, eu já levei pra sua casa — Disse indo buscar um copo com água.
— Sua mãe me disse, suas coisas ainda estão lá.
— Não estou precisando, depois digo para a ela trazer — Deu de ombros e tomou a água.
Maura lhe observava com atenção, sua língua deslizou entre os lábios ao ver a gotícula de água escorregar pelo pescoço da morena.
Jane colocou o copo na pia e voltou a olhá-la enquanto retornava pra sala, estava louca por um bom banho, mas principalmente pra acalmar o seu coração que batia feito louco no peito.
— E então?
— E-eu vim... — Limpou a garganta — Te chamar pra sair.
— Não acho que seja uma boa ideia — Disse mexendo na faixa da mão — Não quero ter falsas esperanças de que vamos voltar a ser algo, Maura e eu sei que você não quer isso, eu sinto muito, mas eu preciso cuidar do meu bem estar também e se quer saber, por mais que eu quisesse, eu não posso mais ser sua amiga, não depois de tudo, por mais falta que eu sinta, bata a porta quando sair — Maura afirmou e a viu seguir para o quarto, respirou fundo e saiu do apartamento fechando a porta.
[...]
Angela olhou para a porta com expectativa quando escutou o som da chave e sorriu vendo Maura entrar.
— Como foi?
— Horrível — Disse sentando-se no sofá desanimada — Ela recusou o meu convite pra sair.
— Eu sinto muito, Maura, não deveria ter me envolvido nisso.
— Fui eu quem terminou tudo, Angela, duas vezes — Passou as mãos no rosto e nos cabelos — Eu vou subir e descansar, amanhã tenho muito trabalho a fazer.
— Você vai ficar bem? — Maura afirmou.
— Sim, amanhã é um novo dia e eu vou me ocupar com o trabalho, tudo vai ficar bem — Maura abriu a bolsa — Sua chave, obrigada por me emprestar.
— Sabe que não precisa agradecer.
— Boa noite.
— Boa noite — Disse vendo a loira ir pra escada.
Maura seguiu para dentro do quarto e sentou-se na cama respirando fundo.
(...flashback on...)
— Não morda, Jane — Disse rindo e a sentiu deitar sobre seu corpo, jane a olhou nos olhos — O que foi?
— Talvez eu devesse ter me declarado antes, iamos estar assim a mais tempo.
— Eu acho que a gente ta bem começando de agora também — A acariciou nos cabelos.
— Eu sei, tudo é perfeito com você e eu amo você, Maura, eu faria qualquer coisa por você.
— Eu só quero que faça uma coisa por mim.
— O que quer?
— Quero que me beije, pois não há nada que eu mais deseje fazer durante horas que não seja beijar você — Então Jane a beijou.
Como se sua vida dependesse daquele beijo, a beijou com paixão, penetrando sua boca com a língua e apertando-a contra o corpo como se tivesse medo de perdê-la.
Jane também a amou naquela noite, foi um amor calmo, aonde Maura sentiu seu corpo explodir em milhões de pedaços e se formar novamente em uma versão muito melhor, uma versão feita por Jane e para Jane, sentiu-se amada como jamais fora antes.
(...flashback off...)
A loira secou às lágrimas que escaparam e se levantou indo para o banheiro, precisava seguir em frente.
[...]
— Bom dia — Canavaugh saudou adentrando a sala — Eu convoquei todos aqui para informar que temos uma nova detetive na homicídios.
— Se for a mulher que está lá fora, ela é uma gata — Frankie sussurrou para Frost, Korsak e Jane que estavam ao seu lado ao fundo, Canavaugh seguiu para a porta.
— Detetive, por favor — A bela morena de olhos claros adentrou a sala chamando a atenção dos homens que começaram a babar por ela.
— Uau — Frost sussurrou.
— Essa é a detetive Rose Walsh, ela veio transferida de Washington, espero que recebam bem a nova integrante da equipe, vocês estão dispensados — Os policiais começaram a sair após desejar boas-vindas a detetive.
Cavanaugh conversou brevemente com Rose e então saiu.
— Detetive Rizzoli — Frankie sorriu galanteador arrumando o terno — Muito prazer, Rose Walsh.
— O prazer é todo meu.
— Você é? — Perguntou e Jane junto a Frost e Korsak seguraram a risada.
— Frankie Rizzoli.
— Ah, não sabia que a detetive Rizzoli era casada.
— Não! — Disse exasperado — Somos irmãos.
— Ah — Disse e olhou para Jane — O capitão Cavanaugh disse que eu ficaria com você para ficar a par da rotina da homicídios — Disse apertando a mão de Jane.
— Sim, eu fui informada, seja bem vinda, esses são detetive Barry Frost e o sargento Vince Korsak.
— Muito prazer — Disse os cumprimentando, o celular de Jane tocou.
— Rizzoli — Ela ficou em silêncio — Eu estou a caminho — Desligou e olhou para Rose — Parece que você chegou na hora da ação, detetive.
[...]
Jane riu do que Rose havia dito enquanto adentravam o apartamento, chamando a atenção de Maura que as olhou brevemente, voltando sua atenção ao corpo.
— Doutora Isles.
— Detetive.
— Algo sobre o corpo? — Perguntou sem desviar os olhos da loira enquanto brincava com o copo de café que havia em suas mãos.
— Fratura crâniana leve, escoriações leves pelo corpo, não há sinal de luta recente, língua embolada, ele provavelmente tem de vinte nove a trinta anos.
— Pode ser envenenamento? — Perguntou vendo a loira levantar pegando a bolsa enquanto tirava as luvas.
— Tudo indica que sim, mas preciso analisar o sangue e do tecido — Maura olhou para Rose.
— Essa é a detetive Rose Walsh, ela chegou hoje a homicídios — Jane disse.
— Muito prazer.
— O prazer é meu — Disse sorrindo em um curvar de lábios e virou-se para procurar alguém da sua equipe.
— Quando conseguirá determinar uma causa? — Maura a olhou.
— Assim que os exames estiverem prontos, mas acho que deveria da uma olhada pelo escritório.
— Tem algo lá?
— Vince estava por lá, não sei se encontrou algo — Disse olhando-a nos olhos, Jane afirmou e saiu sendo seguida por Rose.
[...]
— Alguma coisa? — Jane perguntou a Frost e a Frankie.
— Eu estou indo falar com os colegas de trabalho.
— E eu ainda não encontrei nada nas câmeras de vigilância nem nos eletrônicos dele — Frost disse olhando-a.
— Tudo bem, eu vou ver o que Maura achou lá embaixo.
— Vocês voltaram a se falar? — Frankie perguntou.
— Estamos falando de um crime, Frankie, não me faça cometer um também.
— Eu só perguntei.
— Você fica mais agradável quando está com a boca fechada — Frost riu negando, adorava as provocações.
— Você está precisando de um namorado.
— E você precisa de um puxão de cueca, quem você acha que vai conseguir primeiro? Se quiser discutir pegamos um café e deixamos o assassinato pra lá — Frankie revirou os olhos saindo e Rose os olhou confusos.
— Devo me preparar para separar uma briga?
— Eu não faria isso se fosse você — Frost lhe informou — Jamais, em hipótese alguma se envolva entre os Rizzoli, principalmente se a Angela estiver envolvida.
— Angela?
— Minha mãe e não ligue pra ele, Frost fala demais — Disse encarando o amigo que riu.
[...]
Maura analisava atentamente o corpo enquanto fazia seus procedimentos, pegou o bisturi abrindo o peito da vítima e começou a retirar os órgãos cuidadosamente.
— Alguma coisa? — Jane perguntou ao entrar no necrotério vendo-a retirar o fígado e colocá-lo na balança.
— O exame de sangue está sendo feito, assim como os toxicológicos, em duas ou três horas estarão prontos.
— Consegue me dizer alguma coisa?
— Nada que eu já não tenha dito enquanto analisava o corpo na cena do crime — Dizia sem olhá-la, Jane respirou fundo e Rose as observou em silêncio.
— Qual é, Maura, você sempre tem algo a dizer — Disse em súplica.
— Sim, eu tinha algo a dizer, mas sabemos bem que não tive oportunidade — Se referiu a noite passada, colocou o órgão dentro de um bowl e colocou o rim da vítima na balança.
— Não estou me referindo a isso, você sabe bem.
— Bom detetive, creio que sua amiga não tenha que ouvir sobre isso — Disse olhando-a seriamente — Quando eu tiver algo a dizer sobre o assassinato, eu avisarei, agora se me der licença, eu tenho que terminar o meu trabalho — Jane a olhou nos olhos, mas a loira virou o rosto.
A morena soltou o ar e saiu com raiva da sala, Maura estava sendo teimosa e o que mais a magoava era que não havia sido ela a terminar e sim a legista.
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