Tinha Que Ser Você — História

———§———

Capítulo 7

———§———

Jane adentrou a sala de necrópsia e olhou para os dois corpos sobre as mesas, Maura analisava o corpo da segunda vítima.

— Encontrou alguma coisa? — Maura a olhou sobre o ombro e voltou a analisar o corpo.

— Sim — Suspirou e levantou o lençol até as coxas da garota — Está vendo? Marcas de dedos e cordas, no exame sexologico deu positivo para estupro, as paredes vaginas estavam feridas, eles queriam que ela sofresse durante o ato, havia sêmen seco em sua vagina.

— E o que achou no corpo da Gena? — Maura arrumou o lençol.

— Os pulsos e as pernas tem marcas de cordas, também havia sêmen seco nela, marcas de unhas nas costas e nas nádegas, tanto na Gena quando na Chloé, não acredito que seja prática BDSM.

— Quem seria capaz de coisas?

— Não sei, eu mandei a combleta do sêmen para análise, pra confirmar se realmente é sêmen.

— Por que?

— Eu encontrei uma cinta no quarto de Gena — Disse seguindo para o laboratório que no momento estava vazio, pegou a cinta que estava dentro de um plástico e mostrou para a morena.

— E o que tem isso?

— Essa cinta, tem um sensor de ejaculação que libera um sêmen artificial, se elas usaram, provavelmente parte do sêmen que encontrei nas duas, faz parte desse strap-on — Colocou o plástico sobre a mesa e cruzou os braços olhando para Jane — E sobre a terceira garota?

— Frost está procurando — Disse olhando-a nos olhos, Maura afirmou mordendo os lábios — Eu tenho que ir.

— Atmosfera quente?

— Não, não.

— Você ruborizou, suas pupilas estão dilatadas, respiração ofegante — Analisou a detetive de cima a baixo — Lábios secos e você não consegue me olhar nos olhos e não para de encarar minha blusa... — Maura apertou os lábios — Você está excitada — Diagnosticou.

— Tchau Maura — Saiu rápido e a loira sorriu negando.

[...]

— O que sabemos... — Jane disse a si mesma olhando o quadro com as imagens do homicídio.

— Falando sozinha?

— Pensando alto — Disse sem olhar para Korsak e mexeu no quadro.

— O que Maura disse?

— Sofreram abuso sexual, Maura encontrou sêmen nas duas, alguma coisa sobre a amiga delas?

— Ainda nada, os pais da Chloé disseram que a terceira garota se chama Karen, as três eram muito amigas, tiveram problemas com dois garotos que ainda estamos tentando identificar.

— Precisamos ser rápidos, se eles estão com Karen, não dúvido que demorem a matá-la.

— Encontrei os garotos — Frost disse com duas folhas em mãos — Eles são Dilan Tyson e Mike Gorden, estudam na universidade de Boston — Jane analisou os papéis assim como Korsak — Os dois já foram presos por invasão e a própria Gena Herman os denunciou por assédio.

— Universidade de Boston é onde os pais de Chloé disseram que elas faziam os trabalhos voluntários — Korsak lembrou.

— Sim, pelo que consegui descobrir os dois armaram confusão em uma festa que houve na universidade há dois meses atrás, estavam alcoolizados e Gena deu uma surra em Mike.

— Ótimo motivo para matar alguém — Jane disse e respirou fundo — Já emitiu um alerta sobre eles?

— Sim.

— Ótimo — O celular tocou — Rizzoli — Ela respirou fundo — Estamos indo.

— O que houve?

— Uma testemunha disse ter visto Mike rondando Gena há alguns dias na universidade, talvez tenha alguma informação — Disse pegando a arma e o blazer.

[...]

Maura olhou Jane entrar em sua sala e se jogar no sofá soltando o ar dos pulmões.

— Tudo bem?

— Não, parece que nada do que encontramos é o suficiente pra encontrarmos Karen, nem ao menos sabemos se ela ainda está viva e esses moleques que... — Respirou fundo passando as mãos no rosto e olhando para o teto.

— Deveria tentar descansar um pouco — Disse aproximando-se da porta e trancando-a.

— Preciso saber onde Karen está, Maura, preciso saber se ela está viva.

— E você vai, Jane, você é uma ótima detetive, só precisa relaxar um pouco — A acariciou no rosto e a beijou levemente no canto da boca.

— O que está fazendo? — Perguntou em um sussurro ao sentir o botão de sua calça ser aberto.

Maura sorriu olhando nos olhos e deslizou os dedos até o clitóris da morena começando a acaricia-la, Jane ofegou e a olhou nos olhos.

— Estudos comprovam que o orgasmo é a forma mais eficaz de relaxamento — Jane contraiu a barriga sentindo os movimentos circulares da loira, Maura lhe sentia quente contra seus dedos e isso lhe fez sorrir.

Jane apertou os olhos sentindo Maura lhe beijar o pescoço e lhe sugar a pele com lentidão, a segurou na nuca puxando-a para um beijo lento e gemeu ao sentir dois dedos da legista lhe penetrarem, Maura lhe sugou a língua com lentidão antes de tomar um bocado de ar e intensificar o beijo, assim como o movimento da mão.

— Maura — Jane sussurrou sentindo o corpo tremer, Maura lhe deu um selinho, seguido de outro e Jane relaxou o corpo deitando a cabeça em seu ombro.

— Melhor?

— Impossível não estar — Disse com a voz ainda mais rouca fazendo a loira sorrir e abraçá-la, em poucos minutos a sentiu ressonar.

[...]

Jane adentrou rapidamente a sala da homicídios e olhou para Frost.

— O que conseguiu?

— O possível local onde Karen está sendo mantida.

— E Korsak?

— Está separando as pessoas que irão.

— Ótimo, então vamos, não podemos perder tempo ou não a encontraremos viva — Frost levantou pegando a arma e os dois seguiram para o elevador.

— Aonde estava?

— Acabei dormindo no sofá da Maura — Disse encarando as portas de metal.

— Esse investigação está acabando com a gente.

— Nem me diga, eu só quero pegar esses garotos e dormir por quarenta e duas horas — Frost riu.

Assim que chegaram ao local, Jane arrumou o colete e logo seguiu com a equipe, era a casa de Dilan, pelas informações recebidas.

Os dois dividiam uma casa que foi dos pais do garoto antes que ambos morressem há dois anos em um assistente de carro.

Jane deu sinal para que se espalhassem e entrou na casa junto a Frost e mais quatro agentes, vasculharam o local.

— Limpo — Disseram ao ver que ninguém estava ali, Jane abriu uma porta que dava para um porão junto a Frost e logo viram a garota agarrada e ferida, completamente nua, ela olho assustada para as escadas ao ouvir os passos, sua boca estava com um pano impedindo-a de gritar.

— Hey, nós viemos tirar você daqui, fique calma, okay? — A menina afirmou assustada.

— Jane, a patrulha sete disse que eles estão a dois quarteirões daqui — Frost disse após ouvir o rádio.

— Mandem se esconderem, vamos pegar esses dois — Jane olhou para a garota — Fique calma, nós já vamos te tirar daqui — Jane junto a Frost se esconderam e logo ouviram passos.

— Cheguei amorzinho — Mike disse sorrindo malicioso — Sentiu minha falta? — Karen tremia em pavor — Vamos brincar um pouquinho o que acha? Vou te deixar prontinha para quando Dilan descer — Karen gemeu de dor ao sentir o aperto em seus mamilos, ele riu, o som de algo caindo lhe fez olhar pra cima.

— Dilan! A diversão é aqui embaixo — Disse sorrindo e abriu o zíper da calça.

— Levanta as mãos ou eu estouro sua cabeça — Jane disse com a pistola na cabeça do garoto, Mike levantou as mãos e Frost o algemou — Leva ele — Frost afirmou e Jane guardou a arma indo ajudar a garota.

Karen cambaleou sendo amparada pela detetive que rapidamente pegou algo para cobri-la e a abraçou contra seu corpo.

— Tudo bem, você está a salvo agora — Murmurou escutando-a chorar, então a levou para fora daquele lugar.

[...]

Maura olhou para Jane que sentou ao seu lado no sofá e arrumou a coberta sobre seus pernas.

— Mais tranquila?

— Completamente.

— Acho terrível o que aconteceu com essas garotas — Angela disse colocando alguns sanduíches na frente das duas, Jane logo pegou um.

— O que é pior é que Gena morreu por defendê-las, por amar as duas, ela viu Chloé e Karen serem abusadas e torturadas, sem se preocupar com a própria dor, apenas tentando salvá-las — Jane disse e suspirou — Até quando vai ser assim? Pessoas com suas maneiras de amar e não podendo por causa do preconceito dos outros e por garotos como esses não aceitarem perder para outra mulher ou por não aceitarem um não como resposta.

— É realmente triste — Angela disse e as encarou vendo Maura encarar a filha.

— O importante apesar de tudo é que a justiça foi feita e que Karen está sendo cuidada — Maura disse acariciando-a na bochecha com o indicador — E você precisa se alimentar e ir dormir um pouco.

— Sim — Suspirou — Eu realmente estou cansada.

— Eu sei — Cruzou seus dedos e acariciou sua mão.

— Jane, sabe quem perguntou por você hoje? — Angela disse fazendo as duas olhá-la, Jane mordeu um pedaço do pão.

— O que?

— Quem perguntou por você.

— Ah, quem foi?

— Alex Salivan — Jane engasgou com o sanduíche.

— Quem é esse?

— Antigo namoradinho da Jane, sempre foi apaixonado por ela — Maura encarou a morena que encarava a mãe.

— Ele está casado, ma.

— Não mais, eu dei seu número pra ele, já que vocês dois estão solteiros — Deu de ombros, Maura travou a mandíbula e Jane encarou a mãe, sabia bem o que ela estava fazendo.

— Tudo bem.

— Tudo bem? — Maura e Angela perguntaram juntos.

— Eu não acredito nisso, Jane Rizzoli, não acredito que vai sair com esse... Esse — Maura disse vermelha de raiva e olhou para Angela — Pode avisar a esse Alex, que a Jane namora sim e que ele não tenha o atravimento de ligar pra ela, pois ele acabará na minha mesa — Angela sorriu.

— Eu sabia! — Disse após uma palma, Maura a olhou assustada e depois para Jane — Eu bem que notei, coradas, sonolentas, respirações ofegantes e a Jane sempre dormindo aqui e você sumindo sem explicações, além das brigas sem sentido, os olhares e carinhos que nunca tiveram antes — Disse vitoriosa — Podem dizer de uma vez, há quanto tempo estão juntas?

— Dois meses.

— Vocês já...

— Ma! Viu, por isso eu não queria dizer, não se intrometa na minha vida particular, Angela Rizzoli — Angela revirou os olhos.

— Eu vou dormir, mais vocês não escapam dessa conversa — Disse saindo, Maura olhou para Jane.

— Entreguei o jogo, não foi?

— De mão beijada — Disse sorrindo e puxando-a para si — Eu tenho um ótimo castigo pra te fazer pagar por isso — Disse beijando-a no pescoço e logo os lábios, Maura riu sentindo cócegas.

— Não antes de comer e descansar um pouco.

— Eu estou bem, Maur.

— Eu sei, mas isso não significa que precisa se descuidar — Jane inclinou-se beijando-a lentamente.

— Eu amo você.

— Eu amo você mais — Disse sorrindo e voltou a beijá-la — Agora termine de comer — Afastou-se e Jane negou enquanto voltava a comer.