———§———
———§———
Jane suspirou, seus olhos estavam se fechando enquanto encarava a pasta, já nem conseguia ler por causa do sono que sentia, afinal de contas já levava horas ali, olhou para as horas vendo que já se passava das seis da manhã e suspirou esfregando o rosto.
— Trouxe café — Maura disse adentrando no departamento, entregou um copo pra Korsak e colocando a caixa com bolinhos sobre a mesa dele.
— Obrigado Maura.
— Você é a melhor cunhada que já tive — Frankie disse ao pegar o copo, Maura riu e entregou um copo a Frost e a Rose.
— Você salvou minha manhã — Rose disse tomando um gole do café, Maura sorriu e aproximou-se de Jane apoiando-se na mesa deixando o copo em frente a morena.
— Deveria ir dormir um pouco.
— Eu tenho que solucionar alguma coisa.
— Jane todo mundo fez uma pausa mesmo que por poucos minutos, você não vai conseguir descobrir nada se não conseguir manter os olhos abertos, vamos dormir na minha sala um pouco.
— Sim Jane, vá com a Maura, chamamos se encontrarmos algo — Korsak disse olhando-a, Jane suspirou cansada.
— Tudo bem — Disse levantando e pegando o blazer, pegou o copo com café e seguiu Maura para o elevador.
[...]
Maura abriu a porta da sala e Jane entrou jogando-se no sofá, a legista sentou ao seu lado.
— Conseguiu falar com o Canavaugh?
— Não o vi ainda — Disse bebendo o café, mas logo o deixou de lado deitando no sofá, agarrando uma almofada enquanto deitava a cabeça no colo loira.
— Comeu alguma coisa no tempo que esteve trabalhando?
— Sim, Frost comprou uma pizza — Sussurrou com os fechados sentindo a carícia em seus cabelos — Conseguiu falar com o advogado?
— Sim, ele disse que até a noite me dará notícias, talvez consiga agilizar tudo.
— Quer mesmo isso, não é?
— O divórcio? — Perguntou olhando-a.
— Casar comigo — Sua voz saía quase inaudível por causa do sono.
— Sim, é o que mais quero, mesmo que seja apenas no cartório e sem meu bolo de glacê de café — Disse sorrindo enquanto tinha o olhar perdido — Podemos fazer uma lua de mel em Santorini já que não nos casaremos lá, o que acha? — Perguntou e a olhou — Jane? — Sorriu ouvindo-a suspirar entre o sono e inclinou-se beijando-a nos cabelos.
[...]
Jane abriu os olhos e suspirou, analisou a sala vendo que estava sozinha e sentou no sofá passando as mãos no rosto, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo mais arrumado e levantou desamassando as roupas.
Viu o copo de café sobre a mesa de centro e o pegou vendo que estava quente, estranhou, tomando um gole e saindo da sala, viu Maura analisando os corpos.
— Você acordou — Disse levantando o olhar ao escutar os passos e sorriu.
— Você me deixou dormir muito, Maura.
— Te deixei dormir o suficiente para que seu corpo descansasse, se você acordou agora é porque seu relógio biológico determinou que você está descansada o suficiente para o momento.
— Você esquentou o meu café?
— Não, eu peguei um novo, o outro ficaria frio até você acordar.
— Frost ou Korsak vieram me procurar?
— Não, mas Frankie veio pegar o relatório do tecido que achei no pescoço das vítimas, foi um efeito colateral da placa que eu achei implantado no pescoço deles.
— Eu vou subir, preciso saber se descobriram algo.
— Tudo bem, coma alguma coisa.
— Okay — Disse seguindo para a porta e parou com metade do corpo para dentro da sala — Maura — A chamou fazendo a loira olhá-la — Eu amo você — Maura sorriu com o coração acelerado.
— Eu também amo você, Jane — Jane sorriu e saiu deixando a loira sorridente para trás.
[...]
O fim da manhã e início da tarde se passou rapidamente, mais um assassinato aconteceu no fim da tarde, quando Maura analisou o outro corpo descobriu a placa de metal encontrada nos outros dois.
Jane sentou na mesa cruzando os braços enquanto Korsak mexia no quadro.
— Nós já sabemos que é uma queima de arquivo, já descobrimos o fabricante e a lista dos clientes, só temos que descobrir em quem é a próxima vítima e conseguimos pegar os assassinos — Korsak disse.
— Walsh quem foi o primeiro assassinado? — Jane perguntou aproximando-se do quadro.
— Graham Hill, seguido de Charles Nolan com dois minutos de diferença e por último Sara Philips com quatro minutos foi o tempo de encontrá-la no restaurante.
— Ou queriam que pensassemos isso, as mesas que eles estavam não eram tão distantes — Jane disse arrumando em sequência as fotos das vítimas da primeira morte a última.
— Aonde quer chegar Jane?
— A última vítima foi William Blanchand — Disse ao posicionar a última foto — Frost, qual foi a pessoa seguinte a implantar a placa após o William? — Frost abriu a pasta olhando a folha.
— Nora East, trabalha como contadora na Spice Dinamic Fest — Jane pegou a pasta olhando e olhou para o relógio, pegou o blazer junto a arma e o distintivo.
— São quase sete horas, nós temos que ir, Frost, localize o celular de Nora, Frankie mande três viaturas ficarem de tocaia na casa de Nora East e no trabalho.
— O que está acontecendo Jane?
— Eu explico no caminho — Disse correndo para o elevador sendo seguida.
[...]
O silêncio que havia na casa era assustador, logo ele foi substituído por passos subindo as escadas e pelo pequeno ranger da porta sendo aberta lentamente enquanto a água do chuveiro caía.
O som dos disparos cortou o silêncio e a cortina foi puxada, o cano gélido da pistola foi sentido na nuca e a voz rouca apareceu após o som do gatilho.
— Solta a arma e levanta as mãos — O objeto foi solto fazendo um fraco barulho ao encontrar ao chão e as mãos foram erguidas.
Jane pegou as algemas colocando nos pulsos do homem que estava de pé em sua frente e retirou a touca negra que cobria seu corpo e o encarou com seriedade.
Dois policiais entrar no cômodo e pegaram o homem levando-o para fora, Jane os acompanhou até o lado de fora da casa e olhou para Frost.
— Tudo bem?
— Sim, vamos embora eu quero encerrar de uma vez esse dia e poder dormir.
— Vamos — Disse seguindo para o carro.
— A gente deveria sair pra beber — Frost disse para a morena.
— Eu não posso, Maura está me esperando.
— Alguma coisa especial?
— Sim, um monte de caixas com minhas coisas sendo levadas pra casa dela, que por acaso agora é minha também.
— Finalmente hein — Sorriu largamente encarando-a, Jane negou revirando os olhos.
— Só estou indo morar na casa da Maura, não é nada demais, eu sempre vivi lá.
— É, mas agora vocês são basicamente casadas, ou... Realmente casadas.
— Eu não tinha pensado nesse ponto — Disse pensativa.
— Deveríamos tomar uma cerveja pra comemorar.
— Talvez amanhã — Disse entrando no carro junto a ele.
— Ta legal — Revirou os olhos se dando por vencido.
[...]
Jane colocou as roupas em uma mala e os sapatos dentro de caixas que já estavam no carro de Maura, suspirou ao ver o guarda-roupa vazio, Maura parou na porta do quarto vendo-a pensativa.
— Tudo bem?
— Sim, só é estranho sair daqui após tanto tempo.
— É por um bom motivo, não acha? — Perguntou sorrindo enquanto se aproximava.
— Por um motivo maravilhosa — Disse abraçando-a.
— Não seria maravilhoso?
— Não, maravilhosa, com olhos verdes e cabelos loiros — Maura sorriu sentindo os lábios da morena contra os seus e o mordeu levemente.
— Vamos, pois eu quero tomar um banho e deitar, você precisa disso mais do que eu.
— Vamos, eu só tenho que pegar algumas coisas no banheiro.
— Eu te espero no carro.
— Tudo bem — Maura lhe deu um selinho, pegou a caixa que havia ali e saiu do apartamento.
Jane colocou seus produtos de higiene e beleza em uma caixa que havia pego e deu uma última olhada, cuidaria dos móveis no dia seguinte assim como veria o que faria com o apartamento.
Saiu do prédio e colocou a caixa no banco de trás do carro vendo Maura no banco do motorista, franziu a testa e entrou no carro.
— Você vai dirigindo?
— Sim, nós vamos passar em um lugar antes — Disse com um sorriso satisfeito nos lábios, Jane a olhou desconfiada.
— Tudo bem então.
— Não me olhe desse jeito, você vai gostar — Respondeu sorrindo.
[...]
O carro parou no estacionamento de uma grande construção e Maura apertou o volante uma última vez antes de abrir a porta e descer levando a bolsa junto, Jane franziu a testa e desceu do carro.
— É um bom estacionamento — Disse olhando em volta, Maura riu revirando os olhos.
— Não é o estacionamento, Jane, é a construção.
— Uau — Fingiu empolgação fazendo-a rir — Um prédio velho — Disse ficando séria.
— Pare de reclamar — Disse puxando-a pela mão para dentro do prédio.
— Obras chatas a essa hora não, Maur — Gemeu em desaprovação — Eu prefiro a parte de ir pra casa tomar banho e... — Maura virou pra ela e segurou seu rosto e lhe deu um selinho demorado.
— Um minuto de silêncio.
— Se você fizer de novo, eu fico por dois minutos — Maura riu e voltou a puxá-la, aproximaram-se da recepção após caminharem por um longo corredor.
— Boa noite, eu sou Maura Isles, liguei essa tarde para marcar um horário.
— É só sentar que logo vocês serão chamadas.
— Obrigada — Puxou Jane para uma cadeira.
— Nós já vamos começar com a terapia de casal? Pensei que você me suportaria um pouco mais, Maura.
— O que há de errado com você? — Perguntou séria e começou a rir da morena.
Jane sorriu e a beijou levemente nos lábios, depois na bochecha, cruzando seus dedos aos dela.
— Não está usando a aliança — Disse olhando para a mão da morena.
— Está aqui no bolso, tirei por causa dos curiosos — Disse pegando a aliança e colocando no dedo — Terei que falar que escolhemos por causa do namoro e não que eu te pedi em casamento.
— Maura Isles — As duas olharam para a mulher baixa de cabelos loiros e olhos castanhos que estava de pé em frente a porta, Maura lhe devolveu o sorriso enquanto se levantava e adentraram a sala levando a morena junto.
Jane olhou surpresa para Maura ao ver o que fariam ali e sorriu vendo o largo sorriso da loira, assinaram o papel e saíram de lá minutos depois, entrando no carro e se encararam.
— Meu Deus, Maura! Estamos casadas! — Disse quando caiu a ficha, Maura sorriu.
— Estamos casadas — Jane pegou sua mão beijando.
— Como conseguiu tão rápido?
— Conseguimos recuperar os papéis que já estavam prontos — Disse acariciando a mão da morena — Agora vamos pra casa.
— Banho e comemorar — Disse maliciosa e Maura riu.
— Sim — Disse mordendo os lábios enquanto a observava e a viu se aproximar.
— Eu amo tanto você — Murmurou beijando-a nos lábios lentamente.
— Eu também amo você, Jane — Murmurou de volta e sugou-lhe o lábio, Jane afastou-se e ligou o carro, seguindo para a casa da loira, sua nova casa agora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.