Tinha Que Ser Você — História

  

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Capítulo 24

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Jane desceu rapidamente do carro assim que o parou, correu passando pela faixa amarela encarando os bombeiros apagando as chamas.

— Jane — A detetive virou vendo Korsak se aproximar.

— Descobriu alguma coisa?

— Estou esperando os bombeiros terminarem o trabalho para mandar a perícia iniciar o trabalho — Jane afirmou.

— Quem ligou pra os bombeiros? — Maura perguntou.

— O síndico do prédio, ele disse que estava chegando em casa quando viu a fumaça.

— Korsak, o capitão dos bombeiros está te chamando — Frost disse ao se aproximar.

— Eu vou até lá.

— Vou com você, Frost, fique com Maura e com minha mãe — Frost afirmou e Jane seguiu Korsak.

— Alguma coisa, capitão?

— O fogo danificou todo o apartamento, não conseguimos salvar absolutamente nada.

— O fogo se alastrou para fora do apartamento? — Jane perguntou.

— Não, nós conseguimos contê-lo a tempo.

— Já posso mandar a equipe da perícia entrar no local?

— Claro, fiquem a vontade.

— Obrigado — Korsak disse ao homem que encarava Jane com desejo, coisa que a morena nem mesmo notou por estar olhando para o prédio.

[...]

Maura analisou a sala do apartamento de Jane com atenção junto ao grupo de peritos e abaixou coletando uma amostra das cinzas colocando no saco de coleta.

— Encontrou alguma coisa?

— Coletei algumas amostras das cinzas, vou mandar pra análise — Disse olhando-a, entregou o saco com a amostra para Susie — Me avise quando os exames ficarem prontos.

— Não se preocupe doutora — Maura lhe direcionou um sorriso pequeno.

— Você precisa ficar calma, Jane, vamos descobrir quem fez isso — Disse olhando-a, Jane deu um passo pra trás quando a loira se aproximou.

— Acho melhor não demonstrarmos que estamos juntas, não quero te colocar em perigo.

— Não podemos viver com medo.

— Eles achando que somos apenas amigas, não vão tentar fazer mal a você, Maura, eu não suporto nem mesmo cogitar a ideia de perder você, eu acho melhor ficar em um hotel até isso se resolver.

— Jane.

— Amor, eu estou pensando em você, na minha mãe, eu estando na sua casa vou está colocando vocês em perigo.

— Eu não quero ficar sem você, Jane, você estando afastada vai fazer com que talvez fiquemos vulneráveis demais.

— Eu não vou deixar nada te acontecer, Maura, vou colocar patrulhas em frente a casa, talvez um sistema de segurança.

— Não vou viver com sistemas de segurança em casa, Jane, jamais precisei.

— Conversamos disso em casa, okay? — Maura suspirou sem vontade e afirmou — Vou ver se o Korsak tem novidades.

— Okay — Murmurrou e a observou sair

[...]

Maura fechou a porta de casa vendo Jane seguir para a cozinha enquanto Angela já estava mexendo na geladeira.

— Está fora de questão você morando em um hotel, Jane.

— Maura, isso não está em palta.

— Nós temos uma vida juntas agora, temos que fazer isso juntas — Disse irritada.

— Eu não vou colocar vocês em risco.

— Você está se colocando em risco, estamos juntas nisso, somos um casal agora, pensou em me acrescentar nisso?

— É por pensar em sermos um casal que está fora de questão você fazer parte disso, eu não vou me perdoar se algo acontecer com você.

— E o que eu faço se algo acontecer a você? Já pensou nisso?

— Maura — Disse aproximando-se — Serão apenas alguns dias, no máximo duas semanas ou três, nós vamos nos ver no departamento, virei aqui — A acariciou na bochecha — Só preciso que confie em mim e quando isso passar, nós vamos dar um novo passo na nossa relação, vamos dividir essa casa, começar a pensar no primeiro bebê, faremos uma viagem pra Santorini, o que você quiser, só confie em mim.

— Eu não posso perder você, Jane — Sussurrou com a voz embargada.

— E você não vai me perder, amor, prometo — Disse beijando-a na testa e a abraçou, Angela sorriu de canto e saiu deixando-as a sós.

— Podemos resolver isso sem que você saia de casa, já passamos por isso antes — Disse olhando-a nos olhos.

— Eu vou tomar uma decisão, amanhã, hoje vamos tomar um banho e deitar, tudo bem? — Maura afirmou e foi puxada para o andar de cima, mas tanto ela quanto Jane sabiam que a decisão da morena já tava tomada.

[...]

As luzes dos carros de polícia clareavam o ambiente, os pés foram postos para fora do carro e Maura caminhou em direção ao hotel aonde teria que examinar o corpo, Korsak junto a Frost estavam sérios e completamente silenciosos do lado de fora do prédio.

— A Jane ainda não chegou?

— Maura, eu preciso falar com você antes de entrarmos — As palavras de Korsak eram melancólicas de certa forma.

— O que houve? É sobre a Jane? — Perguntou sentindo o coração acelerar.

— Sim — Respondeu com pesar, Maura sentiu o ar faltar de seus pulmões.

— Não — Sussurrou e correu para o quarto do hotel — Não, Não, não! — Dizia em desespero ao adentrar o quarto — Por favor, não, Jane, você prometeu — Os braços seguraram sua cintura enquanto ela se debatia — Jane, não! — Gritou.

Os olhos verdes vasculharam o quarto e suas mãos seguiram para seus cabelos colocando-os pra trás.

— Jane? — Chamou vendo o lado da cama vazio, levantou-se colocando o robe e saiu do quarto, descendo.

Ao chegar na cozinha viu a morena distraída com uma caneca na mão e com a feição cansada.

— Jane — Maura disse em alívio, a detetive lhe olhou vendo-a se aproximar-se — Me assustei ao não te ver na cama.

— Vim preparar um chá, já que não conseguia dormir — A puxou para perto abraçando-a e lhe beijando na testa.

— Vamos subir? Eu não quero ficar sem você na cama.

— Sim, vamos subir — Disse segurando a mão da loira que estava erguida para si, adentraram o quarto ao chegar no andar e deitaram-se abraçadas.

[...]

Jane encarou Maura que tinha os olhos presos aos seus e lhe acariciou na bochecha com a ponta do polegar, estavam naquele silêncio há bons minutos.

— Quer me contar? — Sua voz saiu mais rouca do que o normal.

— Tive um pesadelo, eu perdia você.

— Isso logo vai passar e nossa vida vai ser correndo o risco da minha mãe querer encher a casa de netos.

— Eu preferia está correndo esse risco agora ou dela ficar irritada ao descobrir nosso casamento.

— Eu também — Sussurrou abraçando-a um pouco mais e beijando-a nos lábios levemente.

— Promete pra mim que vai se cuidar, principalmente quando sair pra ver algum suspeito ou lugar que eu não estiver?

— Prometo — Disse segurando o rosto da loira — Me prometa que vai me avisar cada passo que der.

— Prometo.

— Quando isso passar, vamos ter uma lua de mel de verdade, eu prometo a você, Maura.

— Tudo bem — Sussurrou abraçando-a um pouco mais forte e apoiou suas testas — E quando voltarmos, contaremos a verdade sobre nosso casamento, não quero ficar escondendo isso.

— Eu também não, mas não quero te colocar em perigo.

— Eu trabalho com você, Jane, não vou correr mais perigo ou menos por estarmos casadas, eles não precisam disso pra querer me ferir ou pra querer ferir você, Korsak já foi casado e nem por isso escondeu as esposas dele, assim como Canavaugh ou qualquer outro policial no departamento que é casado, assim como policiais de todos os lugares, vivemos em constante risco, a cada um criminoso que te ajudo a colocar na cadeia.

— Estou começando a achar que minha mãe está certa em não gostar da minha profissão.

— Vamos ficar bem, principalmente se estivermos como agora — A beijou no canto da boca — Juntas.

— Sempre vamos estar juntas, Maur, porque eu não me imagino em uma vida sem você — A beijou nos lábios lentamente.