terça-feira, 24 de setembro de 2024

Tinha Que Ser Você — História

   

Contém Spoiler.

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Capítulo 25

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Jane jogou a pasta encima da mesa e respirou fundo e sentou respirando fundo, duas semanas já haviam se passado e não havia nada sobre quem estava tentando matá-la.

— Jane — A morena olhou para Frankie que a encarava.

— A mamãe mandou te avisar que a Maura não está muito legal.

— Como assim? Ela está machucada? — Perguntou preocupada.

— Eu não sei bem, ela só mandou avisar.

— Tudo bem.

— Jane — Frost chamou entrando na sala junto a Rose.

— O que aconteceu?

— Você precisa ver isso — Jane olhou para Korsak e levantou seguindo os dois enquanto ligava pra Maura.

— O que encontraram? — Korsak perguntou.

— Maura? — Disse ao ser atendida.

— Oi Jane.

— Amor, você está bem? — Perguntou preocupada enquanto encarava a tela a sua frente.

— Sim, eu estou, quando você vem pra casa?

— Eu não... Merda — Disse analisando o vídeo — Eu preciso deslizar, ligo quando estiver no hotel, preciso ir agora, nós encontramos uma coisa — Maura não lhe respondeu, apenas desligou.

— Pegamos nosso culpado — Korsak disse olhando-a e Jane o encarou.

— Vamos planejar a invasão — A morena disse voltando a encarar a tela — Quero acabar com isso de uma vez.

[...]

O silêncio que se fazia no local era extremamente agonizante, fora os sons de passos nada mais era ouvido, os policiais estavam cercando todo o local para que não houvesse como ninguém escapar.

Jane subiu deixando Korsak e Frost, abriu a porta os deixando para trás e antes que pudesse dizer qualquer palavra sentiu o impulso de um corpo junto ao seu enquanto uma arma era posta em sua cabeça.

— Vejam só se não é a detetive Rizzoli — Debochou — Eu adoro a sensação de te provar que você não é a melhor.

— Por que está fazendo isso? Você não precisa.

— Eu passei anos da minha vida sendo a segunda naquela droga de academia, perdendo todos os meus méritos por você sempre está no meu caminho, mas agora acabou, eu vou acabar com você, se você quer ser a melhor, será a melhor morta que já habitou o cemitério — Disse com raiva — Vou observar seu sangue escorrer pela sua cabeça enquanto encaro seus olhos opacos e seu corpo sem vida — Sorriu largamente — Com certeza será muito divertido — Deu risada.

Jane fechou os olhos escutando o gatilho, há quase três semanas estava distante de Maura, vivendo em um hotel para protegê-la e agora morreria ali, sem poder ao menos se despedir.

Sem admirar aquele sorriso e aqueles olhos mais uma vez, sem dizer novamente que a amava, o som do tiro veio logo em seguida.

[...]

Maura caminhou pela sala, seu coração estava apertado, Jane não respondia desde o dia da ligação, quando ela disse que ligaria ao chegar ao hotel, ela não aparecia no departamento a dois dias.

Sentou-se sentindo a vontade de chorar corroer seu corpo de maneira lenta e escondeu o rosto entre as mãos, Angela apenas lhe observava da cozinha sem saber mais o que fazer, não tinha como ligar para Frankie para saber da filha, pois os dois estavam trabalhando.

— Toma querida, fiz o chá que você gosta, você vai se sentir melhor — Disse sentando na mesa de centro e lhe entregando a xícara, acariciando-a no braço.

— Como você consegue? — Se referiu a preocupação, seus olhos estavam marejados.

— Não se há muito o que fazer além de sentar e torcer para que uma notícia ruim não chegue em nossa porta.

— Ela já deveria ter ligado, Angela, ela não dá notícias desde anteontem pela manhã, está obcecada em descobrir quem queria matá-la, eu não queria que ela se envolvesse ainda mais nisso ou que estivesse tão exposta a quem queira lhe fazer tanto mal.

— Eu também acho isso uma loucura, mas é a Jane, Maura, impossível detê-la, você a conhece.

— Isso é uma tortura, eu não aguento mais ligar, o celular dela só dá desligado.

— Tome o chá e tente respirar fundo, logo saberemos dela, tudo vai ficar bem — Sorriu pequeno lhe acariciando na mão.

[...]

O som de alguém batendo na porta foi ouvido, Maura olhou para Angela sentada em sua frente assustada e se levantou indo abri-la sentindo o coração acelerado.

— Hey — A voz calma e rouca lhe trouxe alívio, mesmo que pouco — Você está bem? — Maura negou comprimindo os lábios e entrou sendo seguida.

— Jane — Angela disse levantando-se rapidamente indo abraçar a filha que lhe retribuiu o abraço.

— Aí ma — Disse acariciando o braço após o tapa que recebeu.

— Por que não ligou? Queria nos matar de preocupação?

— Estava trabalhando, ficamos de tocaia a por dois dias inteiros, eu não podia ligar — Disse e olhou em volta procurando por Maura.

— Vá conversar com ela, ela estava preocupada — Disse mais calma.

Jane afimou subindo as escadas e seguiu para o quarto, ao abrir a porta viu Maura de frente para a janela abraçando o próprio corpo.

— Maur.

— Você disse que ligaria — Sussurrou — Pensei que tivesse perdido você.

— Hey — Disse calma enquanto se aproximava ficando de frente para a loira — Você tem muito o que me aguentar ainda — Sorriu olhando-a nos olhos e lhe acariciou na bochecha.

— Quase três semanas com você vivendo naquele hotel, mal tendo um tempo comigo ou vindo em casa, você disse que eram poucos dias.

— Eu sinto muito, Maura, não era minha intenção — Disse com pesar e a abraçou apertado e a acariciou nos cabelos — Não vai acontecer de novo, eu prometo.

Maura agarrou-se ao seu corpo soluçando ao esconder o rosto na curva do pescoço da morena enquanto fechava a mão em sua blusa.

— Eu senti medo de não te ver mais — Sussurrou, Jane sentiu um aperto no peito por vê-la daquele jeito.

— Não vai mais acontecer amor, eu prometo — Repetiu — Acabou, Maur — Disse apertando-a um pouco mais.

[...]

— Onde estava que não pode me ligar? — Perguntou olhando-a, após um silêncio de longos minutos, Jane a olhou ficando de lado na cama.

— Precisei passar esses dois dias de tocaia junto com a equipe, só conseguimos entrar hoje pela manhã na casa.

— Você se machucou? Está fazendo uma feição de dor.

— Não foi nada demais, eu apenas fui derrubada e bati a barriga, mas não foi nada grave.

— Precisa tomar mais cuidado, Jane.

— Eu sei, mas não se preocupe, isso já acabou — Disse brincando com os dedos da loira enquanto os observava.

— Alguma informação sobre quem tem feito essas ameaças?

— Sim.

— E quem é?

— Uma antiga colega da academia — brincou com a aliança da loira — Ela fez tudo por inveja, mas não teremos mais problemas com ela.

— O que aconteceu com ela?

— Korsak a matou — Disse levantando o olhar após suspirar — Ele não teve escolhas — Disse com pesar.

— O que quer dizer com isso?

— Korsak salvou a minha vida hoje mais cedo — Disse puxando-a para si, abraçando-a — Ela teria conseguido me matar se ele não tivesse chegado a tempo — Maura a olhava nos olhos completamente atenta e lhe acariciou na bochecha — Ela me agarrou por trás, não tive tempo de revidar, nem de reagir, me imobilizou e engatilhou a arma, estava pronta pra atirar.

— Ele está bem?

— Sim — Jane aproximou sua testa da de Maura e suspirou — Eu só pensei em você quando ela apontou a arma pra mim — Sussurrou — Em que não poderia te ver outra vez, nem te beijar de novo, nem te ver sorrir outra vez — Deu um casto beijo na mão da loira — Que não poderia dizer que eu te amo de novo ou acordar do seu lado até estarmos bem velhinhas, você é a melhor escolha que eu fiz, Maura, a única que eu faria repetidamente — A voz estava ainda mais rouca que o normal — E eu amo tanto você.

— Eu amo você, Jane — Sussurrou sorrindo e a beijou lentamente nos lábios enquanto abraçava o corpo da morena — Então poderá voltar pra casa? — Perguntou afastando-se do beijo e Jane afirmou deixando-a aliviada.

— As coisas estão no carro — A beijou no canto da boca — Podemos expulsar minha mãe de casa e ficarmos sozinhas — Maura riu.

— Não, vamos ficar aqui abraçadas e depois podemos jantar juntas, apenas nós três e...

— E o que? — Perguntou curiosa.

— Comemorar um mês de casamento.

— É hoje? — Perguntou assustada por não lembrar.

— Não, amanhã — Jane suspirou aliviada fazendo-a sorrir.

— Pensei que teria que dormir no sofá  essa noite.

— Eu... Estava vendo sobre uma clínica de inseminação — Comentou temerosa enquanto Jane lhe acariciava no braço, a morena levantou o olhar.

— De inseminação?

— Sim, você sabe que nunca me importei com isso, mas... — Jane a olhava com atenção — Esquece, é loucura, cedo demais e você não pensa nisso — Desviou o olhar.

— Maur — Fez os olhos verdes voltarem para si — Você quer um bebê? É isso? — Maura comprimiu os lábios antes de afirmar — E já pensou em algum nome? — Sorriu ao ver os olhos verdes brilharem, Maura a puxou para si animada, beijando-a lentamente.

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