Capítulo 8
Os gritos e risos vinham de longe enquanto Miranda de dentro no escritório via Andrea correr junto as gêmeas e Patrícia pelo grande jardim, pareciam completamente alheias ao mundo em volta, Andrea as pegava no colo e girava fazendo com que as meninas rissem livremente, viu o momento que a morena deitou-se na grama completamente ofegando.
— Ataque à Andy! — Caroline gritou com uma mão na cintura enquanto a outra estava erguida.
— O que?! Não!
— Atacar! — Cassidy gritou e as duas começam a fazer cócegas na morena enquanto Patrícia lambia sua bochecha, Miranda não pode conter o riso ao ver a cena.
— Acho que nem mesmo os desfiles que vamos roubaram sua atenção como essa garota.
— Estou observando minhas filhas — Disse ainda olhando-as, Nigel afastou a cortina para poder ver, Andrea havia conseguido levantar e agora corria sendo seguida pelas três.
— Se você diz, conseguiu conversar com ela?
— Nem mesmo um bom dia — Disse analisando o sorriso nos lábios da morena, sua pele clara se destacava bem com o short negro e a blusa vermelha fina, os cabelos presos em um rabo de cavalo, estava descalça assim como as gêmeas.
— Por que não a chama para um passeio pelo jardim ou em qualquer outro lugar? — Perguntou sentando-se.
— Quando Nate não está agarrado a ela, as meninas estão.
— Posso levar as meninas para tomar sorvete, você pode avisar ao Nate que quer conversar com ela, não vejo nada que atrapalhe após isso.
— Acho que você está querendo algo com essa insistência — Apoiou-se na mesa do escritório enquanto uma mão brincava com seu colar.
— Ela é uma garota que quer agradar a sogra e como uma boa mãe, você quer agradar seu filho, o que pode dar errado?
— Isso é uma pergunta retórica?
— Não, a menos que você tenha uma resposta pra isso — Sorriu sugestivo enquanto Miranda o encarava.
— Você está insinuando, o que eu acho que está?
— Que você pode ser encantar mais do que deveria? Certamente, mas ela realmente é encantadora — Afirmou — Se ela não quiser casar com ele, talvez você tenha uma chance, pois eu já acho que você está encantada por ela — Riu ao ver feição da editora — Seria algo extremamente divertido de ver mãe e filho apaixonados pela mesma mulher.
— Não diga coisas em demasia, Nigel, principalmente que essa moça, não... — Parou.
— Se interessaria por você? Eu duvido muito, é como dizem, Deus escreve certo por linhas tortas e eu nem mesmo sou religioso, mas às vezes não custo a acreditar nisso — Miranda revirou os olhos — Você é uma mulher elegante, culta e os anos só acrescentaram em sua beleza, Miranda, não seria surpresa se isso acontecesse e eu acho que você deveria se permitir caso isso acontecesse — Os dois escutaram batidas na porta e logo a madeira foi aberta.
— Mamãe, eu posso falar com a senhora?
— Claro querido.
— Eu volto depois — Nigel disse saindo da sala.
— Aconteceu algo?
— Nada grave — Disse sorrindo — Acabei de receber uma ligação de trabalho, preciso ir até Nova York, uma reunião de última hora com um dos investidores.
— Já disse isso para sua namorada?
— Sim, eu acabei de dizer, eu não vou demorar muito, apenas dois dias, pode, por favor, não assusta-la?
— Como se eu fizesse isso — Revirou os olhos — Tome cuidado, okay?
— Sim, logo estarei de volta — A beijou na bochecha.
— Quando vai?
— Em alguns minutos irei apenas me arrumar — Miranda afirmou e após mais um beijo ele saiu da sala.
.§.
Cassidy desceu as escadas rapidamente com a irmã e Miranda as repreendeu com o olhar.
— O que eu avisei sobre correr nas eacadas?
— Desculpe — Disseram juntas.
— Andy nós vamos tomar sorvete com o tio Nigel, vai com a gente? — Caroline perguntou.
— Andrea e eu iremos conversar querida, ela irá em outro momento — Se pronunciou antes de Andrea, que sentiu o corpo tremer com a afirmação da mais velha.
— Nos não demoramos Miranda, vamos apenas dar uma volta pela cidade e tomar um sorvete.
— Não as deixe exagerar, sempre ficam com dor de garganta.
— Tudo bem, vamos meninas?
— Sim! — Disseram animadas e após beijarem Miranda, saíram junto a Nigel, Patrícia e Cara.
— Vamos? — Andrea afirmou sentindo as mãos suarem, suas pernas tremeram lhe fazendo questionar se conseguiria sair do lugar, observou Miranda sair de dentro de casa e respirou fundo três vezes antes de segui-la.
Caminhavam lado a lado em direção ao caminho de pedra após o lago, o que fez Andrea acreditar que estaria vivendo seus últimos minutos de vida, olhou de canto para Miranda que estava olhando para frente analisando as árvores que havia ali, a propriedade poderia ser considerada uma casa de campo por sua dimensão, por ficar longe das outras casas e por seu belo jardim que era imenso, Andrea sorriu ao ver o beijar-flor passar tão rapidamente em sua frente analisou as belas árvores com flores e frutos, era um lugar encantador, havia um gazebo e mais a frente uma pequena cabana, ambos com flores e folhas ao redor.
— Esse lugar é lindo — Deixou escapar e olhou para a água que passava por baixo do gazebo.
— Pensei que Natanael tivesse trazido você aqui.
— Não — Disse sorrindo de canto enquanto a olhava — Não estamos muito bem desde que o ocorrido do jantar da noite passada, eu jamais pensei que ele pudesse agir dessa maneira, foi... Extremamente rude e grotesca.
— Ele é exatamente como o pai — Disse olhando para a água — Mark jamais gostou de receber ordens de mulheres, não suportava perder para elas ou simplesmente perder, mas jamais agiu de maneira grotesca, era apenas machista.
— E você se casou com ele?
— Era inocente, estava começando a vida e então fiquei grávida, não por descuido, ele simples conseguiu isso, assim como o dinheiro após nosso casamento — Andrea a analisava em silêncio — Aprendi a ser dura após ele, um aprendizado doloroso, mas um aprendizado — A olhou nos olhos fazendo-a tremer — Pretende se casar?
— E-eu... — Gaguejou e respirou fundo olhando para a água — Não, meu trabalho é mais importante do que um casamento, além de tudo eu não acho que estou pronta pra esse tipo de compromisso — Não conseguia falar olhando para Miranda, era praticamente impossível.
— Quer continuar trabalhando no jornal?
— Na verdade não — Sorriu de canto — Eu gostaria de abrir minha própria editora, talvez trabalhar na Times ou na People antes, viajar por alguns países antes de me firmar e pensar sobre a possibilidade ter um filho, mas casamento nunca foi uma meta.
— Natanael não falou sobre isso?
— Não conversamos muito, na verdade desde que começamos a morar juntos, não conversamos como antes, ele sempre está trabalhando, mesmo quando chega em casa, então eu apenas deixo isso pra lá, meus melhores amigos dizem que eu preciso sair mais, desde o início do namoro, eu simplesmente deixei de sair com eles, Nate não gosta, então não vamos.
— Ele nunca gostou muito, bares, boates, nada desse tipo, quando era pequeno ele queria abrir o próprio restaurante, vivia ajudando Nora na cozinha e sujo de farinha — Sorriu com a lembrança.
— E o que aconteceu depois?
— Não sei, ele simplesmente chegou em casa e disse, mamãe, eu vou fazer administração, sempre achei que foi coisa do pai dele, mas não insisti, é a vida dele, ele tem que saber que a cada ação realmente há uma reação — Voltou a olha-la nos olhos — O que seus pais queriam que você fosse?
— Nunca disseram.
— E o que você queria ser?
— Princesa — Riram e Andrea deixou os olhos caírem para os belos lábios de Miranda, gostava do som de sua risada e do arrepio que lhe causava era gostosa de ouvir, assim como a voz.
— Como se tornou jornalista?
— Quando notei que ser princesa era algo quase impossível — Brincou voltando a olha-la nos olhos — Eu sempre fui muito tagarela e sempre adorei viajar, então simplesmente fiz — Deu de ombros — E por que escolheu moda?
— Não sei ao certo, quando notei eu já estava iniciando a carreira, depois veio o Natanael, a Runway, a separação, mais um casamento, duas filhas, outra separação e outro casamento, foi tudo rápido — Disse voltando a caminhar, agora em direção a cabana.
— Eu sempre quis uma dessa no jardim de casa — Disse ao adentrar a cabana e olhar em volta, estava completamente vazia exceto pela cama que havia ali.
— E o que faria com ela? — Perguntou apoiada na porta com os braços cruzados, Andrea achou o gesto simplesmente simples e sexy, principalmente quando a mais velha passou a língua entre os lábios.
— Fugiria quando meus pais me negassem algo — Miranda riu.
— Seria um bom esconderijo.
— Eu também acho — Disse sorrindo enquanto se perdia nos azuis celestes — Você os amou? — Perguntou por impulso.
— Meus ex-maridos? — Andrea afirmou — Nem por um segundo, apenas tesão e quando passou, eu pedi o divórcio — Andrea riu nasalado e aproximou-se da cama sentando-se — E você? O ama? — Andrea a olhou sem saber se deveria responder.
— Estaria respondendo para Miranda Priestly ou para minha sogra?
— Para Miranda — Disse sorrindo de canto — Apenas Miranda — Andrea negou.
— Gosto dele, mas não posso dizer que é amor, ele nem sabe minha cor, ou minha flor, ou meu prato favorito.
— E quais são?
— Azul turquesa, Pêonias e ravióli de camarão, ainda tem a terrível mania de dormir no meu lado da cama.
— E você tem um lado favorito?
— O meio da cama, mas nunca consegui dormir abraçada a ele — Desabafava — Eu adoro sair com meus amigos, Lily e Doug pois estão comigo desde que pisei em Nova York, e adoro apenas a maneira que apenas minha mãe faz o chocolate quente, pois ela coloca canela, mas eu nunca consigo fazer igual — Miranda riu nasalado — Ele também não sabe que eu odeio tomar muito sol, pois fico completamente vermelha e minha cabeça começa a doer, não respeita eu odiar demonstrações de afeto em público principalmente dos meus pais ou na sua frente e que minha posição favorita na hora do sexo é de lado e que eu tenho orgasmos melhores quando estou na posição doggy style — Tapou a boca corada — Oh meu Deus, me desculpa, eu não deveria ter dito essa última parte.
— Doggy style? — Perguntou com a sobrancelha erguida.
— Você não sabe o que é?
— Não.
— Graças a Deus — Disse aliviada — Eu também adoro cozinhar — Mudou de assunto antes que Miranda peguntasse algo mais sobre sua gafe.
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