quinta-feira, 3 de outubro de 2024

A Sogra — História

 

 Capítulo 7

Andrea encarou-se no espelho após deixar o gloss sobre a pia, seus cabelos estavam parcialmente soltos naquele momento, com um vestido florido colado no busto e com pregas dando volume no corpo, saltos plataforma rosé gold, saiu do banheiro e viu o celular tocando sobre a cama.

— Alô?

— Conta tudo — Doug gritou do outro lado fazendo-a afastar o celular enquanto ria — Já descobriu algum podre da família?

— O único podre que eu descobrir é que meu namorado aparentou ser machista e preconceitoso, estou começando a repensar sobre meu relacionamento, eu também descobri que tenho um medo descomunal de Miranda Priestly assim como todos os meros mortais que a conhecem.

— Ela é tão assustadora assim?

— Completamente, eu quase corri quando o Nate me apresentou — Doug gargalhou.

— Eu adoraria ter visto sua cara.

— Você é um péssimo amigo — Disse sorrindo enquanto cruzava os braços e apoaiava-se na sacada olhando para dentro do quarto.

— Como ela é?

— Uma versão mais séria de Claire Sachs, ela é um amor com os filhos, protetora e calma, é encantadora a forma que ela divide a atenção entre as meninas, não há preferência, já como sogra eu não sei, não falamos muito, ela apenas fez perguntas sobre meu trabalho, sobre meus pais e suas profissões, de onde eu vim, tudo para ela desaprovar meu relacionamento com o Nate.

— Ele não terminaria com você por causa disso.

— Eu tenho minhas dúvidas quanto a isso — Disse olhando para os pés — Já vi o Nate desistindo de muita coisa após uma simples ligação da mãe dele, como viajar para a espanha quando ela disse que não queria que ele fosse ou o curso de culinária que ele fez escondido.

— Você não é uma viagem ou um curso, Andy.

— Não muda muita coisa, é a palavra dela contra mim, caso ela não queira nossa relação.

— Ela será uma demônia louca se não gostar de você — Andrea riu — Mas o que você quis dizer com machista preconceitoso? — Os braços foram apoiados na sacada e a atenção voltada para as luzes do jardim.

— Eu não sei bem, Nate parece intolerante ao amigo de Miranda, ainda mais intolerante a receber ordens de uma mulher por mais simples que seja, mas acho que é apenas tensão por queremos fazer Miranda aceitar nosso namoro.

— Provavelmente, o que você tem que fazer é com que Miranda conheça você, Andy e com que goste de você também, tenho certeza que ela verá a pessoa maravilhosa que você é.

— Eu espero que sim — Coçou a testa e suspirou — Preciso ir agora, provavelmente já vão servir o jantar.

— Tudo bem, se cuida.

— Você também — Disse e desligou saindo do quarto.

.§.

— E em que trabalha? — Nigel perguntou enquanto cortava sua carne.

— No jornal local, sou colunista.

— É uma profissão muito boa mesmo o jornal local não dando a devida atenção aos seus colunistas, a quanto tempo trabalha lá?

— A cinco anos, desde que estava finalizando a faculdade.

— Deveriam te dar uma página com tanto tempo de trabalho, não acha Miranda? — Perguntou para a editora que tomava um gole do vinho.

— É claro — Disse sem dá muita importancia ao assunto.

— Tio Nigel, a Andy gosta do Harry Potter — Cassidy disse animada.

— Agora entendo o porque não pararem de falar sobre ela.

— Você trouxe nosso livro? — Caroline perguntou ansiosa.

— É claro que sim, jamais esquecerei um pedido das minhas Priestly's favoritas — Disse com um largo sorriso enquanto Miranda revirava os olhos.

— Pensei que viria acompanhando, Nigel.

— E por que eu viria?

— Não sei — Deu de ombros — Pensei que estaria com alguém, gays normalmente tem muitos parceiros.

— Nate — Andrea o repreendeu envergonhada.

— O que? Eu apenas disse meu ponto de vista — Andrea afastou a cadeira colocando o guardanapo sobre a mesa.

— Com licença, eu irei subir.

— O seu jantar — Nate disse vendo-a seguir para fora da sala.

— Perdi a fome.

— Andy — Chamou seguindo-a e subiu as escadas.

Assim que adentrou o quarto viu a morena sentada na cama tirando os sapatos, ela o ignorou por completo indo para o closet, mas ele não lhe permitiu segurando-a pelo braço.

— Solta o meu braço — Disse sem ao menos olha-lo.

— Você não pode me tratar assim — Ela riu nasalado.

— Não posso te tratar assim, mais você pode agir como um idiota tratando o Nigel mal e sendo um machista ridículo? — O olhou com raiva — Eu não preciso estar aqui, Nate, eu não queria estar aqui, poderia estar aproveitando o meu descanso na casa dos meus pais, mas aceitei vir aqui por você, para que sua mãe gostasse de mim e aceitasse a nossa relação, mas a única coisa que eu estou notando em menos de três dias é que você não passa de um garotinho mimado que acha que pode fazer e falar o que quiser por estar na casa da mamãe então ou você muda essa sua máscara ridícula, ou eu vou emborar daqui e da sua vida, pois a vida não é fácil e pessoas com atitudes como a sua não tem vez e eu não vou fazer questão que sua mãe me aceite, com você nem ao menos se importando com meus esforços.

— Me desculpa okay? — Andrea soltou o braço da mão dele.

— Não é pra mim que você tem que se desculpa — Disse e adentrou o closet, Nate respirou fundo e saindo do quarto e desceu as escadas.

— Natanael — A voz rouca de Miranda ecoou em seu tom calmo, ele seguiu para a sala vendo-a de frente para a janela — Quero que se desculpe com Nigel, você não tem o porque se envolver na vida dele, nem se importar com quem ele dorme ou deixa de dormir — Virou-se para ele — Pelo que sei, a casa de Nigel é sustentada por ele, não por você — Seu tom de voz era sério, tom jamais usado com ele antes e isso lhe fez tremer — Eu não preciso falar mais, pelo que ouvi, sua namorada já disse o que você precisava ouvir, mesmo não sendo nas palavras que eu usaria, está na hora de crescer e eu não irei passar a mão na sua cabeça cada vez que você erra.

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