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Capítulo 31
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Jane adentrou a sala do departamento jogando-se na cadeira chamando a atenção dos três homens que estavam ali.
— Pensei que fosse esperar os resultados lá — Korsak disse confuso.
— Maura me expulsou, disse que se não a deixasse trabalhar, eu dormiria por uma semana do quarto de hóspedes.
— Já sabemos quem manda na relação — Frankie provocou.
— Que relação? — Maura perguntou ao entrar na sala, Frankie forçou um sorriso ao ver a feição séria da loira e principalmente da irmã.
— Sua e da Jane, o Frankie disse que é você quem manda — Frost contou.
— Eu não mando na nossa relação, somos duas adultas que podemos ter uma conversa civilizada e chegar a um acordo.
— Não foi nesse sentido que ele quis dizer, Maur.
— Hm... — Disse pensativa enquanto olhava para a morena — Eu trouxe os resultados dos exames.
— Pensei que demoraria mais.
— Você quem não sabe esperar, Jane e se fosse por você, eu ainda estaria lá tentando trabalhar — A loira disse fazendo a morena revirar os olhos.
— É realmente um dedo? — Frost perguntou curioso.
— Sim, o DNA que consegui pelo osso é de Josh Murffin, pelo estado do dedo, creio que possa ser que o dedo tenha sido arrancado do corpo antes mesmo de ser queimado, pelo que pareceu, foi arrancado por um alicate ou uma tesoura de jardinagem, também havia toxinas inflamáveis, cascalho e lama seca.
— Mas há dias não chove — Korsak disse.
— Vocês acharam alguma coisa sobre esse Josh Murffin? — Jane perguntou.
— Sim, está por aqui... — Frankie disse procurando entre os arquivos — Aqui, Josh Murffin, vinte cinco anos, desaparecido há quatro meses, a esposa quem veio falar sobre seu desaparecimento.
— Tem alguma ideia de onde possa haver lama seca em meses sem chuva? — Jane perguntou a Korsak que colocou-se a pensar.
— Normalmente locais com animais, fazendas, baias, não são muitas possibilidades — Maura respondeu.
— Tudo bem, Frankie, você vai com a Maura e alguns policiais no local que aquela senhora veio descrever, Frost procure locais próximos a cidade que possa conter lama, nos ligue quando encontrar enquanto isso Korsak e eu iremos falar com a esposa de Josh — Disse pegando a arma e o distintivo, olhou para Maura — Qualquer coisa me ligue, tudo bem? — A loira afirmou recebendo um beijo na testa — Eu amo você.
— Eu amo você mais — Sussurrou de volta, logo Jane saiu junto a Korsak.
[...]
— Então... Você e a Jane... — Frankie começou o assunto chamando a atenção de Maura.
— O que tem? Algum problema?
— Não, claro que não.
— Então eu não entendo o que quer dizer, seja mais específico.
— É que vocês são um casal agora, moram juntas e provavelmente vão querer filhos.
— Eu ainda não sei onde está tentando chegar.
— Eu não sei onde quero chegar, Maura, se você fosse homem, certamente seria mais fácil, eu falaria sobre futebol, cerveja e mulheres.
— Falaria de mulheres com o namorado da sua irmã? — Perguntou incrédula — Como poderia fazer isso?
— Não nesse sentido, droga, Maura, agora eu estou confuso, quer saber, vamos fingir que isso não aconteceu — Maura afirmou voltando a observar o local e logo abriu um pequeno tapete emborrachado ficando de joelhos, coletou uma amostra da terra colocando no pote e tampou.
Mais peritos estavam no local analisando o solo, coletando amostras, tudo iria para análise, após pegar suas amostras, a legista colocou na maleta e levantou-se tirando as luvas.
— Como aquela senhora pode distinguir que aquilo era um dedo?
— Temos apenas duas opções, ou ela é a própria assassina querendo se livrar dos rastros, ou uma ótima médica forense, nós temos uma ótima percepção ao analisar objetos e corpos, como detetives tem de encontrar cenas de crimes e culpados.
— Espero que seja a segunda opção — Maura riu — Acha que encontraremos mais alguma coisa aqui?
— Nunca sabemos até encontrar.
[...]
Korsak parou o carro em frente a casa e Jane a analisou.
— É aqui?
— É o endereço que está na ficha — Disse também analisando a casa.
Os dois desceram do carro seguindo para a porta, Jane tocou a campainha e esperou, em poucos minutos a porta foi aberta por uma mulher de cabelos curtos e negros, robusta e baixa.
— Posso ajudá-los?
— Senhora Murffin? — A mulher afirmou — Eu sou a detetive Rizzoli e esse é o sargento Korsak, estamos aqui para falar sobre o seu marido, Josh — A mulher os olhos estática e lhes deu passagem.
Jane e Korsak entram na casa e esperaram que ela passasse em sua frente, a seguiram até a sala e sentaram-se.
— Vocês tem alguma notícia do Josh? — Perguntou esperançosa.
— Antes de contar o motivo que estamos aqui, nós queremos saber o que aconteceu antes do desaparecimento do seu marido — Korsak disse calmamente.
— Josh tinha uma richa com um colega de trabalho, ele sempre chegava em casa e dizia que não aguentava mais as provocações de Lary, elas estavam ficando constantes principalmente quando Josh começou a concorrer a uma vaga de gerente, Lary mesmo estando a menos tempo no trabalho queria a vaga, ele começou a sabotar os trabalhos de Josh, roubar ideias e a espalhar calúnias, mesmo com tudo isso Josh acabou conseguindo a vaga, no dia em que ele desapareceu, ele recebeu uma ligação dizendo que havia ocorrido uma emergência na empresa, então ele foi, mas não voltou mais pra casa, o celular apenas chamava, então eu procurei a polícia, eles não deram muita atenção, disseram que ele poderia ter perdido a hora ou até mesmo perdido o celular, após quarenta e oito horas, eu voltei a procurar a polícia, fiz a ocorrência e continuei a ligar para o Josh, liguei para o trabalho e ninguém tinha uma pista sequer dele, também disseram que não havia acontecido nada no dia que ligaram para o meu marido.
— Essa manhã uma mulher nos procurou na delegacia, ela afirmou que o gato dela havia se engasgado com um dedo humano, nossa legista examinou e era o dedo e ele é do seu marido — Jane disse calmamente e a mulher perdeu o ar por alguns segundos — Nossa equipe está procurando mais pistas, se tivermos sorte talvez consigamos encontrar o seu marido vivo.
[...]
— Alguma novidade? — Korsak perguntou ao entrar na sala.
— Maura está examinando o que coletou no local, disse que avisará quando tiver terminado.
— E você, Frost?
— Encontrei alguns lugares, não é muito longe daqui — Entregou a pasta a ela.
— Como foi com a mulher do Murffin?
— Ela nós deu um suspeito, mas talvez esse seja óbvio demais ou se descuidou após tanto tempo — Jane disse suspirando — Você consegue os pedidos de busca? — Perguntou entregando a pasta para Korsak.
— Vou ver o que posso fazer — Disse abrindo a pasta e pegando o telefone.
— Eu vou falar com a Maura.
— Ela vai te expulsar outra vez — Frankie provocou.
— E eu te darei uma bela surra se não cuidar da sua vida — Frost riu voltando para o computador e Frankie revirou os olhos indo para sua mesa.
— Para de rir — Disse jogando uma bola de papel em Frost que ainda ria de sua cara.
Jane caminhou até o elevador e apertou o botão do andar, então apoiou-se na parede, saiu do elevador quando as portas se abriram e passou pelo laboratório não vendo Maura, então seguiu para a sala da loira que estava concentrada em alguns papéis.
Deu duas batidas na porta, Maura a olhou e voltou a atenção aos papéis.
— O que ta fazendo?
— Relatórios, preciso enviar alguns e reorganizar a pasta, estou fazendo isso enquanto os exames não ficam prontos, assim resolvo tudo e não acúmulo nada, Suzie virá me entregar os resultados quando saírem.
— Eu estava pensando que nós duas poderíamos jantar fora hoje — Disse jogando-se no sofá.
— Eu estou tão cansada, Jane — Disse e a olhou — Se importa de deixarmos isso pra amanhã? Não me recuperei da nossa comemoração e nem de ontem a noite.
— Tudo bem — Disse deitando — Falou com a Hope?
— Não.
— Você disse que tomaria um café com ela — Maura suspirou ignorando a pergunta — Maur, eu sei que tudo foi complicado quando se conheceram e que ainda é complicado, mas podem se dar essa chance — Disse levantando e aproximando-se.
Apoiando-se na mesa enquanto segurava a mão da loira olhando-a nos olhos com carinho.
— E eu como a melhor esposa que alguém poderia ter, vou estar aqui pra você... Sempre e pra tudo.
— Eu sei — Disse sentindo a morena puxar seu corpo, fazendo-a levantar e abraçá-la pelo pescoço — Obrigada por isso.
— Não tem nada o que agradecer, eu amo você e se pudesse te protegeria de absolutamente tudo.
— Eu sei — Sussurrou aproximando-se para beijá-la nos lábios lentamente sentindo a morena lhe abraçar enquanto correspondia ao beijo enquanto as mãos firmes da detetive seguravam sua cintura com força e desejo.
Maura afastou-se do beijo apoiando a testa na da morena enquanto a olhava nos olhos e mordia o próprio lábio, sentindo-a deslizar o nariz pelo seu.
— Eu amo você, Jane — Jane sorriu e voltou a beijá-a, apertando-a na nuca e sugando-lhe o lábios com lentidão.
— A gente deveria transar agora mesmo encima dessa mesa, pra só me mostrar o seu amor, não que eu duvide nem nada do tipo — Disse em meio ao beijo fazendo-a rir, então retomou o beijo.
Batidas na porta lhes tiraram de seu momento, Maura olhou para a porta vendo Hope que estava um pouco surpresa com a cena, Maura a olhou surpresa com sua presença.
— Hope?
— Oi — Sorriu levemente — Não queria incomodar.
— Não incomoda, eu já estava voltando ao trabalho — Jane disse e beijou Maura em um selinho demorado — Me avise quando o exame estiver pronto que eu venho buscar — Maura afirmou vendo-a sair da sala, ela sabia que Jane faria isso — Foi um prazer, Hope.
— O prazer foi meu, Jane — Disse sorrindo, Jane olhou para Maura ao chegar na porta e sussurrou um "respira", assim a loira fez.
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