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Capítulo 28
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Jane olhou para o relógio e encarou as escadas, Maura estava quase encima da hora, mordeu os lábios em ansiedade e viu a loira descer com uma maleta nas mãos.
— Estou pronta.
— Uau — Deixou escapar olhando-a de cima a baixo.
Maura estava vestida com um vestido tubo de cor vermelho malbec, saltos altos negros e os cabelos soltos, a maquiagem era leve como sempre e o gloss da cor dos lábios.
— Não me deixe envergonhada — Disse sorrindo de canto, Jane sorriu de volta abraçando-a pela cintura.
— Pensei que já estivesse acostumada, eu sempre elógio a bela mulher que tenho.
— Isso é totalmente verdade — Disse sorrindo e lhe dando um selinho limpando o gloss dos lábios da morena.
— Podemos ir?
— Sim — Jane estendeu a mão para que a loira seguisse para a porta e essa riu — Avisou a sua mãe?
— Sim e ela me encheu de perguntas, nada fora do normal — Disse trancando a porta e seguindo para o carro.
[...]
Maura analisava atentamente o lado de fora do carro, cada local que passavam e cada rua que cruzavam.
— Se não fossemos casadas, eu diria que você está me sequestrando — Jane a olhou brevemente.
— Mais isso é um sequestro, doutora Isles e acredite, eu tenho ótimos planos para a sua tortura — Maura a encarou sentindo a quentura lhe percorrer o corpo.
— E qual seus planos de tortura?
— Não irei revelar meu plano sórdido a minha refém, Maura — Disse atenta ao caminho.
— Normalmente sequestradores contam o que farão com suas vítimas.
— Eu prefiro a surpresa, é mais excitante — Disse sorrindo e Maura deu-se por vencida voltando a olhar para o lado de fora.
— Estamos saindo da cidade?
— Não exatamente — Disse adentrando uma estrada de terra — Não é um resort cinco estrelas que você costuma ir, mas você vai gostar.
— Um galpão abandonado? — Perguntou não vendo nada além de mato e estrada, Jane riu.
— Não, mas é uma boa ideia para nossa próxima aventura — Disse olhando-a brevemente, Maura a olhou assustada.
— Eu certamente não quero uma noite em um galpão abandonado, nem nada que envolva um — Jane voltou a rir enquanto negava com a cabeça.
[...]
Maura analisou o belo chalé rústico de dois andares com sacada de madeira envernizada cercado por árvores, havia uma luz na varanda que lhes permitia ver toda a frente do lugar.
A porta vermelha com um vidro permitindo ver o lado de dentro, lenhas cortadas em ambos os lados, escutou o som da porta sendo aberta e olhou para Jane que descia do carro dando a volta e abrindo a porta ajudando-a descer.
O som do vento contra as folhas das árvores e dos animais noturnos se faziam presentes, o que deixava tudo mais agradável.
— Deveria ter avisado que não era uma boa ideia vir de salto.
— Você teria colocado tênis? — Perguntou abraçando-a pela cintura e olhando-a nos olhos, Maura sorriu de maneira sapeca com um simples curvar de lábios.
— Não, mas teria optado por um que não afundasse com facilidade na terra — Jane revirou os olhos sorrindo e a ajudou a chegar até a pequena estrada pedrilhada a quatro passos do carro.
— Por que não entra pra conhecer enquanto eu pego as bolsas? — Perguntou tirando as chaves do bolso e erguendo em frente ao rosto da loira que pegou e seguiu para os degraus da pequena escada que lhe levaria para a porta.
Maura analisou o local pelo vidro, mas não conseguiu ver muito por causa do escuro que estava na parte de dentro, colocou a chave na porta, abrindo-a sem dificuldade e adentrou o lugar ascendendo a luz.
Havia um sofá cinza escuro de dois lugares em frente a uma grande lareira, logo acima grudada na parede havia uma televisão de tamanho médio, um tapete branco felpudo no chão com uma mesa de centro redonda, analisou o balcão com um vaso de flores e uma cesta de frutas dividindo a sala da cozinha com uma mesa de dois lugares e logo uma pequena porta onde ela descobriu ser o banheiro.
Tudo naquele andar era rústica com cores em cinza e branco, seguiu para a escada que daria para o segundo andar e ao terminar de subir pode ver a bela cama tatame coberta por uma colcha vermelha e travesseiros, o teto se abria revelando o vidro, pode notar pela luz que entrava pela pequena brecha, havia uma poltrona próxima a grande janela de vidro que dava para a sacada, Maura mordeu os lábios e voltou ao andar de baixo vendo Jane deixar as bolsas sobre o sofá.
— O que achou?
— É muito bonito.
— Quer saber a melhor parte? — Perguntou em um sussurro abraçando-a pela cintura, com um sorriso de canto, Maura a abraçou pelo pescoço enquanto negava.
— Diz.
— Os outros chalés são afastados, não vão te ouvir gritar.
— Tenho que admitir que você é uma ótima sequestradora.
— Eu sei — Sussurrou passando o nariz sobre o dela, fazendo-a sorrir e a beijando com paixão.
[...]
— Ele é um bom rapaz, Jane, apenas não sabe sobre nós.
— Como não? — Perguntou incrédula — Todo mundo naquele departamento certamente já sabe.
— Ele chegou a pouco tempo e nós duas não ficamos nos beijando no trabalho, foram poucas às vezes que fizemos isso e a maioria na minha sala, completamente fechadas.
— Mesmo assim ele é um abusado que não tem o porque dar encima de você.
— Já deixei isso claro pra ele, não se preocupe.
— Você disse que ele era um abusado?
— Não — Disse rindo — Eu disse que não aconteceria.
— Okay, vamos falar sobre outra coisa agora.
— Sobre o que, quer falar? — Perguntou deixando a taça de vinho sobre a mesa de centro e olhando-a atentamente, Jane mordeu os lábios.
— Sobre o seu sequestro.
— Sou todo ouvidos, detetive — Disse ficando de joelhos em frente a morena que tinha as costas apoiadas no sofá.
Jane a olhou nos olhos e colocou sua taça junto a taça da loira, segurou-lhe pela cintura puxando-a pra perto deixando seus rostos próximos, deslizando a mão direita por suas costas em direção ao zíper do vestido e o puxou para baixo sem desviar o olhar dos verdes.
— Tire o vestido doutora — Sua voz saiu ainda mais rouca fazendo Maura tremer enquanto seu ventre contraia — Não me faça dizer outra vez — Sua feição era completamente séria, mas Maura podia notar o sorriso de canto querendo se formar.
Ela levantou deslizando o tecido sobre seus ombros e o soltou deixando-o deslizar por sua barriga e pernas.
Os olhos castanhos desceram dos verdes pela pele alva do pescoço e colo até chegar a primeira peça da lingerie vinho, sua língua deslizou automaticamente entre os lábios enquanto seus olhos continuavam a descer pela barriga da loira.
Passando pela segunda peça da lingerie ao qual era uma Boxer completamente redada também vinho, os olhos castanhos passaram pelas pernas torneadas até chegar ao vestido caído sobre seus pés descalços, os escondendo.
Maura se sentia tremer em uma fração que parecia cientificamente impossível, mas que não era, ofegou apenas por sentir os olhos de Jane lhe queimarem a pele.
Seu corpo tencionou em antecipação quando a morena colocou-se sobre os pés e aproximou-se deixando seus corpos juntos, o sorriso malicioso que habitou nos lábios da detetive lhe fez tremer mais uma vez.
A ponta dos dedos de Jane deslizaram por seu pescoço fazendo-a engoliar a seco e logo encontraram seu ombro antes de escorregarem por seu braço.
O silêncio do lugar e o quão rápido seu coração batia e sua respiração saia faziam Maura sentir-se uma verdadeira vítima de sequestro, mas tudo não passava de desejo.
Um que lhe dilacerava a alma com ganas de sentir tudo o que sua mulher era capaz de lhe dar, fechou os olhos quando Jane aproximou-se de sua orelha após beijar o pequeno vão entre ela e o pescoço.
— Spero che tu sia pronto a vivere il tuo rapimento Doctor Isles* — Sussurou com a voz ainda mais rouca.
Os olhos claros arregalaram enquanto seu ventre contraiu e suas pupilas dilataram, Jane sabia falar italiano? Desde quando? Mas o que importava ali era que aquele sequestro era tudo o que ela estava pronta pra viver naquele momento.
*Espero que você esteja pronto para vivenciar o sequestro de Doctor Isles.
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