quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Tinha Que Ser Você — História

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Capítulo 9

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Frankie e Korsak encararam a morena que sentou bruscamente em sua cadeira e escondeu o rosto nas mãos.

— Jane, você ta bem?

— O que acharam sobre o caso? — Desconversou e encarou o quadro.

— Dan Michael tinha uma grande lista de pessoas insatisfeitas com ele, colegas de trabalho, vizinhos — Frankie disse lhe entregando a folha com os nomes.

— Frost está procurando dados sobre os vizinhos e os colegas de trabalho — Korsak informou.

— Maura achou algo no corpo?

— Não sei, eu não falei com ela sobre o caso, por que não vai lá saber?

— Não quer ir?

— Não... — Disse virando-se para a mesa e pegando uma pasta — Eu vou pesquisar sobre o caso — Frankie e Korsak se olharam.

— Tudo bem então — Disse confuso.

— Não demore com as informações — Ela disse sem olhá-lo.

— Não vou — Disse e após encarar Korsak outra vez saiu.

— Aconteceu alguma coisa entre você e a Maura?

— O que?

— Aconteceu algo entre você e a Maura? — Voltou a perguntar.

— Claro que não, melhor começar a ligar para as pessoas do trabalho e da vizinhança do Dan Michael, vamos focar em terminar isso de uma vez — Disse voltando a mudar de assunto sem ao menos olhá-lo.

[...]

Maura entrou em casa e seguiu para a cozinha, precisava de um bom chá de ervas medicinais para puder relaxar o corpo e a mente.

Pensou em optar por um bom banho de banheira, mas acabaria ficando mais do que o necessário e ainda lembraria de Jane durante todo o processo, estava acostuma com sua companhia que mais atrapalhava o banho do que lhe ajudava, pois a morena ficava lhe provocando e beijando.

Angela adentrou em casa vendo-a distraída e sentou-se de frente ao balcão tocando-a na mão, a loira lhe olhou assustada.

— Não te vi chegar.

— Eu notei — Disse dando um sorriso reconfortante acariciando-a na mão — Tudo bem? — Maura afirmou.

— Sim, eu só tive um desentendimento com a Jane.

— Não é a primeira vez, logo vocês estão bem de novo.

— Eu... Terminei com ela — Disse olhando para a mão.

— Provavelmente foi no calor do momento, querida, daqui a pouco ela entra por essa porta ou te liga, manda uma mensagem, qualquer coisa do tipo, não acho que sendo tão cabeça dura como é, ela desista tão fácil — Maura suspirou escutando a chaleira, desligou o fogo e seguiu para o armário.

— Você quer um pouco de chá?

— Eu aceito, assim te faço companhia — A loira sorriu de canto lhe entregando uma xícara — E como foi seu dia?

— Trabalhoso, estamos com um caso difícil de finalizar, por enquanto estou esperando os testes do laboratório, vão demorar ainda umas cinco ou sete horas para ficarem prontos, talvez um pouco mais, então vim descansar em casa e o seu?

— Foi bem, não fiz muito, apenas o de sempre — Disse vendo a loira beber o chá.

— Eu vou subir pra tomar um banho e descansar um pouco.

— Claro, vai lá, descanse, boa noite.

— Boa noite — Disse seguindo para o quarto com a xícara na mão.

[...]

O dia em Boston amanheceu calmo, o departamento estava tranquilo, o foco para encontrar o culpado do crime era grande assim como a concentração de todos.

— Frankie, você pegou os resultados do laboratório? — Jane perguntou atenta ao quadro enquanto abria a pasta que estava em suas mãos.

— Ainda não tinham saído.

— Alguma pista sobre o paradeiro de John Danvers?

— Deu entrada no hospital na madrugada de ontem, minutos antes de encontrarmos Dan Michael, ele quem ligou para a emergência, mandei uma equipe ficar de guarda na porta do quarto — Korsak disse.

— Ele disse algo sobre o assassino?

— Não conseguiu identificar, levou um tiro na perna e outro no ombro, provavelmente estava no lugar errado na hora errada ou tentou ajudar o Dan — Frankie lhe respondeu.

— O que Frost achou?

— Nada muito concreto, apenas endereços e um vídeo que ele ainda não conseguiu decifrar a senha — Frankie voltou a dizer olhando para a irmã, Jane afirmou e virou-se ao escutar barulho de saltos.

Maura lhe olhou nos olhos vendo a feição cansada da morena, provavelmente não havia dormido nada na última noite, assim como também não havia lhe ligado ou enviado uma mensagem.

Jane seguiu para sua mesa ignorando o fato da loira estar ali e de querer beijá-la como se necessitasse disso pra sobreviver, Korsak e Frankie se olharam brevemente.

— Encontrou algo?

— Chumbo, cloreto de potássio, o chumbo certamente da arma, mas como não a encontraram, não tem como termos certeza disso, assim como também não havia uma bala, mas o ferimento feito no crânio e na barriga indiquem que era uma bala redonda, ela é maior, fácil de remover do corpo, o cloreto de potássio estavam nas roupas do Dan e nas narinas, ele provavelmente inalou, mas não posso afirmar que era dele ou de outra pessoa, foram inaladas antes da morte.

— E os resultados? — Korsak voltou a perguntar.

— Tudos deram negativos, nenhuma alergia, nem colesterol ou tireoide, todos os órgãos estavam saudáveis, poderiam até mesmo ser doados.

— Vocês precisavem ver isso — Frost apareceu na sala, todos lhe seguiram.

A gravação tocava tranquila, Jane estava atenta a tela assim como os outros, a voz de Dan denunciava alguns roubos que descobriu de um sócio, logo uma parede apareceu na tela.

— Para a gravação — A morena disse a Frost — Agora volta quatro minutos — Frost voltou — Estão vendo? — A janela, a placa do restaurante logo ali atrás.

— Esse restaurante fica depois do centro — Frankie disse.

— Frost, pegue o endereço, Frankie, prepare cinco unidades e nos encontre lá fora — Frankie afirmou e saiu, Jane olhou para Korsak — Vamos pegá-lo — Os três saíram deixando Maura pra trás.

Assim que invadiram o prédio, Jane viu o homem correr e correu atrás dele, passaram por boa parte do tempo correndo até uma área afastada do parque.

Jane atirou acertando-o na perna, mas ele não parou de correr, escondeu-se e atirou acertando-a no braço, Jane engoliu o gemido de dor e respirou fundo tentando achar uma maneira de pegá-lo, viu Frost junto a Korsak e Frankie, então fez sinal para darem a volta e silêncio, logo conseguiram imobilizar o homem e levá-lo preso.

— Precisamos te levar para o hospital — Korsak disse vendo-a segurar o braço que sangrava.

— Eu estou bem, a bala passou de raspão — Disse segurando o blazer no sangramento.

— Vamos logo Jane ou prefere que a ma cuide disso? — Frankie disse apoiando a mão nas costas dela, vendo-a revirar os olhos e bufar enquanto ia até o carro com ele.

[...]

Jane chegou em casa no início da noite e foi tomar um banho, assim que saiu colocou uma roupa confortável e começou a pensar no que iria comer, o som da campainha soou e ela suspirou indo abri-la, não estava interessada em visitas, principalmente se fosse sua mãe.

— Maura.

— Oi — Disse sorrindo de canto.

— Entra.

— Eu só vim saber como está, Frankie comentou que você levou um tiro — Disse entrando a morena seguir para a cozinha.

— Não foi nada, passou de raspão — Disse pegando um copo com água.

— Que bom, então... Eu vou indo, só queria saber se estava bem.

— Está bem, obrigada por vir — Disse encarando o corpo deixando-o sobre o balcão e virando-se para mexer na geladeira.

Maura afirmou mesmo a morena não vendo e se preparou para seguir para a porta, mas voltou a virar sobre os calcanhares, encarando-a.

— Você desistiu fácil de nós — Disse fazendo a morena bater a cabeça na geladeira.

— Au! — Disse passando a mão no lugar com uma cara de dor — Não desisti — Disse olhando para a loira — Você desistiu, eu apenas respeitei sua escolha.

— Você disse que não quer casar comigo.

— Pelo amor de Deus, Maura! Não chegamos a completar nem mesmo os dois meses de namoro, dizer que ainda não é o momento, não significa que eu não queria, mas casar com você só porque minha mãe está supostamente preparando nossa cerimônia e não é por nos conhecermos a quase onze anos que precisamos ter pressa, nem pra casar ou pra ter filhos, ir com calma, não é não querer uma vida com você, nós já temos uma vida juntas.

— Como amigas.

— Não deixa de ser uma vida juntas, com histórias tristes e felizes.

— Então quer casar comigo? — Perguntou se aproximando enquanto a olhava nos olhos.

— É claro que eu quero e quando for o momento certo, nós iremos nos casar, mas eu não vou usar vestido, eu te levo ao cartório e casamos, rápido e prático, depois saímos pra beber e pronto — Disse puxando-a para si e Maura riu — Eu só preciso que saibam que você é minha esposa, nada mais.

— Eu aceito a parte de você não usar vestido, mas vai ter que ter uma festa, mesmo que pequena.

— Então será no seu jardim, nada muito grande, nem vestido de noiva com algodão acetinado ou Santonini e um vulcão.

— Eu aceito, mas não é algodão acetinado, é seda e não é Santonini, é Santorini.

— É a mesma coisa — Jane a olhou nos olhos e sorriu,então a acariciou na bochecha — Eu amo você demais, Maur.

— Eu amo você mais, Jane, muito mais — A beijou lentamente nos lábios a abraçando — E eu senti saudade.

— Eu também senti, muita.

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